quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pacientes do Areolino de Abreu receberam alta há 5 anos e continuam internados


Pacientes do Areolino de Abreu receberam alta há 5 anos e continuam internados


Pacientes Hospital Areolino de Abreu recebem alta há cinco anos, mas se mantém internados porque foram esquecidos pelos juízes
A gerente de Saúde Mental da Secretaria Estadual de Saúde, psicóloga Lêda Trindade, está com um grande problema em suas mãos, o da ocupação de leitos do Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu por presos que estão em internações compulsórias determinadas pela Justiça. Segundo ela, a demanda é grande de internações psiquiátricas, mas 16 dos 160 leitos do hospital estão sendo ocupados por pacientes já estabilizados, que receberam alta de seus médicos, mas que continuam internados no Areolino de Abreu porque os juízes que determinaram suas internações compulsórias não determinam suas desinternações, mesmo sendo comunicados que já receberam alta podendo voltar para suas casas ou para os estabelecimentos prisionais de origem.
“Existem casos de pacientes que já receberam alta há cinco anos, o Hospital Areolino de Abreu informou aos juízes sobre a estabilização deles, mas a Justiça não determina a desinternação”, falou Leda Trindade.
Ela dá como exemplo o caso de Xaxado, um usuário de drogas de Piripiri, que teve sua internação compulsória determinada pela Justiça por causa de uma confusão em que se envolveu na cidade. Um mês depois da internação no Hospital Psiquiátricos Areolino de Abreu, Xaxado já estava estabilizado e recebeu alta dos médicos, mas está há um ano ainda internado porque a Justiça ainda não determinou sua desinternação.
A assistente social do Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu e responsável direta pelos processos judiciais de internações compulsórias de pacientes em conflito com a lei, Francisca Maria Soares, afirmou que dos 160 leitos, 45 são ocupados por pacientes com transtornos mentais que cometeram delito.
Segundo ela, dos 45 pacientes com transtornos mentais, cinco são moradores porque são matricidas (assassinos das mães) que estão no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu porque as famílias não desejam que retornem ao lar alegando que os pais lembrariam a morte de suas companheiras; 16 pacientes já receberam alta de suas internações compulsórias e estão esperando que a Justiça determine as suas desinternações.
“Esses pacientes já se encontram de alta, já têm os laudos, mas ainda os juízes não determinaram suas desinternações para que retornem às suas Comarcas de Justiça de origem. Todos eles estão no hospital por causa de delitos que praticaram e estão aguardando os mandados de desinternação há um ano, seis meses, dois anos. Os de cinco anos que já tiveram alta e continuam morando no hospital são os matricidas que as famílias não querem que voltem para suas casas”, falou Francisca Maria Soares.
Os pacientes que receberam alta e continuam no Hospital Areolino de Abreu foram internados compulsoriamente pelos juízes a pedido dos diretores de penitenciárias porque surtaram.
“Eles só poderão sair do hospital com decisão judicial”, declarou Francisca Maria Soares.
Ela informou que toda vez que os pacientes quando recebem alta dos médicos, o procedimento é encaminhado imediatamente, no mesmo dia, por ofício, para a Comarca da Justiça onde os juízes que determinaram as internações compulsórias atuam.
Seis pacientes em conflito com a lei estão recebendo resultado de perícia para determinar o grau de periculosidade. A perícia é feita pelos peritos de psiquiatria florense do Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu.
Um paciente em conflito com a lei fugiu e recebeu alta por evasão porque não foi encontrado no prazo de 48 horas da fuga.
Outro paciente fugiu porque já tinha recebido a alta médica, já tinha cumprido pela de 12 anos de prisão por seu crime e o juiz não tinha ainda concedido a desinternação. O paciente está orientado, estava bem e fugiu.
“Fugiu por causa da demora na desinternação a ser determinada pela Justiça. Ele era muito bem orientado e viu que o Hospital Areolino de Abreu não tem estrutura de presídio e fugiu”, declarou Francisca Maria Soares.
Existem dez pacientes em conflito com a lei e internação compulsória e sem previsão de alta.
fonte meionorte.com