Júlio César e a trave salvam o Brasil: continuamos na Copa
Crucificado pela campanha de 2010, goleiro salvou o Brasil nos pênaltis contra o Chile. Estamos nas quartas-de-final.
Bendita seja a trave do Mineirão. E bendito seja Júlio César. Crucificado em 2010 e questionado para 2014, o goleiro já pode ser canonizado por duas defesas nos pênaltis contra o Chile, além do bom desempenho no tempo normal. Em um jogo onde a agonia predominou, o Brasil garantiu passagem para as quartas-de-final após empate em 1 a 1 nos 90 minutos e uma prorrogação sem gols. Um dia sofrido em Belo Horizonte (MG) e para jamais se esquecer.
Fotos: Jefferson Bernardes/VIPCOMM
O resultado coloca o Brasil na próxima fase contra o vencedor de Uruguai e Colômbia, no dia 4 de julho, na Arena Castelão, em Fortaleza (CE).
Sofrimento do início ao fim
O jogo começou com polêmica. Aos 12 minutos, Hulk entrou sozinho na grande área e foi tocado pelo marcador. O árbitro Howard Webb não marcou pênalti.
O jogo começou com polêmica. Aos 12 minutos, Hulk entrou sozinho na grande área e foi tocado pelo marcador. O árbitro Howard Webb não marcou pênalti.
O lance seria recompensado aos 18 minutos. A cobrança de escanteio de Neymar foi cabeceada por Thiago Silva. No segundo pau, David Luiz, que teve sua escalação colocada em dúvida por conta de dores lombares, empurrou para o gol e abriu o placar.
O Brasil era melhor na partida. Por duas vezes, Neymar driblou na grande área e perdeu a oportunidade de chutar. Hulk, bem no ataque e na marcação, fazia grande jogo.
Mas tudo mudou. Aos 32 minutos, Marcelo cobrou o lateral para Hulk na área de defesa. O atacante devolveu, mas não viu Vargas nas costas. O chileno roubou a bola, cruzou para Sanchez chutar cruzado na saída de Júlio César. Tudo empatado.
Apesar do chute de longa distância de Daniel Alves forçar o goleiro Bravo a uma grande defesa aos 41 minutos, o Chile equilibrou o jogo. A zaga brasileira, por sinal, se viu com chilenos em uma bola dividida na pequena área. Ainda bem que não entrou para o gol.
Do pênalti não marcado ao gol anulado
Na volta do intervalo, o mesmo Hulk do pênalti não marcado se envolveu em outro lance polêmico. Ele matou a bola e chutou para a rede aos 9 minutos, mas o árbitro viu toque da bola no braço do jogador, que ainda levou cartão amarelo.
Na volta do intervalo, o mesmo Hulk do pênalti não marcado se envolveu em outro lance polêmico. Ele matou a bola e chutou para a rede aos 9 minutos, mas o árbitro viu toque da bola no braço do jogador, que ainda levou cartão amarelo.
No calor do início da tarde, a seleção esfriou. Luiz Gustavo se viu forçado a fazer falta em Vidal e levou seu segundo cartão amarelo na Copa. A posse de bola do Chile era de 55% contra 45% do Brasil. Felião decidiu intervir.
O técnico Luiz Felipe Scolari tirou Fred, que já tinha sentido o tornozelo no final do primeiro tempo, e colocou Jô aos 18 minutos. Em seu primeiro lance, 10 minutos depois, Hulk cruzou da esquerda ao ver o atacante entrando sozinho por trás da zaga, mas Jô não alcançou a bola.
Antes disso, o Chile, que marcava melhor a saída de bola brasileira, teve sua melhor chance com uma tabelinha chilena que forçou Júlio César a espalmar para fora. O goleiro teve seu nome gritado pela torcida.
As mudanças continuaram. Ramires entrou no lugar de Fernandinho. A seleção se assanhou. Neymar cabeceou entre a zaga e parou no goleiro. Hulk driblou três marcadores e viu sua jogada terminar nas mãos de Vargas.
Mas a reta final foi chilena. Vidal, que se recuperou de uma cirurgia realizada um mês antes da Copa, não aguentou o rojão e deu lugar a Pinilla. A saída do ídolo não impediu que o Chile dominasse as últimas jogadas do tempo normal. O apito do juiz, por incrível que pareça, foi de alívio para o Brasil, que precisava se recompor para a prorrogação.
Agonia prolongada
No gramado, Felipão deu uma bronca nos jogadores, que voltaram mais ligados na prorrogação. Uma falta perto da área logo no primeiro minuto no tempo extra foi cobrada por Neymar e cabeceada para fora pela zaga. Depois, Jô esticou demais a perna para alcançar a bola e acertou o goleiro Bravo. Cartão amarelo para o brasileiro. Hulk cruzou e Oscar cabeceou fraco para o goleiro. O Brasil reequilibrou a partida e voltou a criar chances de gol.
Na volta para o segundo tempo extra, William entrou no lugar de Oscar, na última substituição possível do Brasil na partida. Medel, que era dúvida antes da partida, não aguentou o jogo e deu lugar a Rojas. E depois de poucas chances de gol, o Chile quase fez um “Mineirazo”. Aos 14 minutos, Pinilla acertou o travessão de Júlio César. Um perigo real, diferente do chute de fora da área de Ramires na meta de Vargas.
Bendita seja a trave. E Júlio César
Nos pênaltis, David Luiz abriu a contagem. Em seguida, o mesmo Pinilla que acertou a trave no último minuto da prorrogação, parou nas mãos de Júlio César.
Nos pênaltis, David Luiz abriu a contagem. Em seguida, o mesmo Pinilla que acertou a trave no último minuto da prorrogação, parou nas mãos de Júlio César.
Na sequência, o novato William, que entrou no jogo durante a prorrogação, tirou demais do goleiro e chutou para fora. Mas em seguida, Sanchez, autor do gol chileno na partida, caiu no canto e defendeu .
Marcelo cobrou o terceiro e Vargas ainda tocou, mas não impediu o segundo gol. Aranguiz, jogador do Internacional (RS), chutou no alto e fez o primeiro do Chile.
Na quarta cobrança, Hulk parou nas mãos de Vargas, assim como durante a partida. Díaz tocou no outro canto e empatou a decisão.
O último pênalti ficou a cargo de Neymar, que cumpriu sua responsabilidade. Gonzalo Jara acertou a trave, a mesma que Pinilla acertou no fim da prorrogação.