Ex-policial condenado a 32 anos por morte da esposa tem julgamento anulado
O ex-subtenente da Polícia Militar do Piauí, Hugo Viana Lino, condenado a 32 anos e 9 meses de reclusão pela morte de sua esposa, Neylivia Oliveira da Costa Viana, passará por um novo julgamento. Isso porque o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí declarou a nulidade da sentença condenatória, em primeira instância, feita em tribunal do júri no Fórum de Capitão de Campos, no dia 12 de maio deste ano.
De acordo o advogado do réu, Pitágoras Veloso, “a Primeira Câmara Especializada Criminal anulou o julgamento, pois houve ausência de defesa”, disse.
“Hugo teve uma defesa deficiente que o levou a condenação e por isso ocorreu vício de processo. No dia 22, o meu pedido foi reconhecido e provido; agora teremos um novo julgamento, até o momento sem data para acontecer”, ressaltou a nova defesa.
Pitágoras disse ainda que entrará com pedido de desaforamento para deslocar o processo de um foro para outro. Caso seja atendido, o novo julgamento que ocorrerá novamente pelo Tribunal do Júri, será realizado em Teresina, e não no Fórum de Capitão de Campos, onde ocorreu o primeiro.
O pedido de desaforamento deve ocorrer para garantir a segurança pessoal do acusado, pois a morte Neylivia Oliveira causou muita comoção na região.
A decisão da Primeira Câmara ainda passará por análise do Ministério Público, através do procurador Antônio Ivan e Silva, que aguarda o processo chegar ao órgão.
Atualmente, Hugo Viana cumpre pena no Presídio da Polícia Militar do Piauí, em Teresina. Devido o novo julgamento, a defesa entrará com pedido de habeus corpus para que ele responda em liberdade. Hugo está preso há 3 anos e cinco meses.
Crime
O crime ocorreu na noite de domingo de Páscoa, em 20 de abril de 2014, na cidade de Cocal de Telha. O assassinato teria sido motivado porque Neylivia quis romper o relacionamento com o ex-policial, a pedido da família dela.
Depois de cometer o homicídio, o ex-policial se dirigiu até a casa do sogro, tido como pivô da separação do casal. O sargento João Alcântara de Carvalho Seixas, comandante do Grupamento de Polícia Militar (GPM) de Capitão de Campos na época, tentou impedir e foi baleado em uma das pernas. O acusado usou uma arma da Polícia Militar.