Governador autoriza investigação de PM que assumiu ter matado Camilla
O governador Wellington Dias baixou decreto, nesta terça-feira (7), constituindo um Conselho de Justificação na Polícia Militar para apurar a conduta do capitão Allisson Wattson da Silva Nascimento. Ele confessou ter matado a estudante de direito Camilla Abreu no dia 26 de outubro. O corpo dela foi encontrado com um tiro na cabeça no povoado Mucuim, zona rural de Teresina seis dias depois.
Segundo o decreto, baseado no inquérito policial que apura o caso, o conselho vai dizer se o capitão ainda tem capacidade ética e moral de permanecer na Polícia Militar. Allison será processado na PM por ter praticado ato que afeta a honra pessoal, o valor militar e o decoro da classe. Ele tem direito a ampla defesa.
O conselho será composto pelo coronel Edson Ferreira da Silva; o tenente coronel Jorge de Sousa Lima; e o major José Wilson Gomes de Assis. Os trabalhos devem ser concluídos em 30 dias, sendo possível prorrogação por mais 20 dias.
Na última sexta-feira (3), o coronel Carlos Augusto de Souza, comandante da Polícia Militar do Piauí, pediu desculpas à família da estudante Camilla Abreu. Em nome da corporação, ele lamentou a morte da estudante e classificou o fato como uma verdadeira tragédia.
Em depoimento à polícia, o capitão disse que o tiro que matou a estudante foi acidental. A tese vem sendo questionada pela investigação, já que o suspeito não pediu socorro e chegou a levar o corpo de Camila para sua casa antes de deixá-lo em um matagal.
Nesta tarde, as Comissões da Mulher Advogada e de Apoio à Vítima de Violência da OAB-PI promovem um Ato Público contra o feminicídio a partir das 14h no auditório da instituição. Na oportunidade, as famílias das vítimas de feminicídio e a sociedade civil debaterão sobre a proteção feminina diante do aumento dos crimes violentos no Piauí. Às 17 horas, um novo ato será realizado em frente ao Palácio de Karnak.
Amanhã(08), a família de Camilla organiza uma manifestação em frente ao Quartel do Comando Geral (QCG).
Veja o decreto: