Para Cláudio Pessoa, "o serviço de bilhetagem eletrônica tem falhas". Também citou a ausência de licitação para vans, mesmo havendo lei nesse sentido
O superintendente da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (STRANS), Cláudio Pessoa, disse durante oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga as causas e os responsáveis pelo colapso do transporte público na capital Teresina que o poder Executivo tem informações que apontam que uma só van ganhava por mês até 1,5 milhão. O número é bem superior aos R$ 752 mil declinados pelo presidente da CPI, Edilberto Borges, o vereador Dudu, e considerado pelo político como exuberante.
“As informações que nos são espelhadas atestam de fato algumas incongruências. O senhor citou aí um montante que uma empresa que opera o sistema de transporte alternativo em Teresina auferiu no final do mês, R$ 750 mil. Nós temos dados que vão exatamente dobrar esse valor, também operando-se por um único veículo”, falou.
Para Cláudio Pessoa, há algo “pior nesse cenário”. Segundo ele, “é que aqui na Prefeitura de Teresina nós temos uma lei que exige uma licitação para regular esse transporte e nunca aconteceu. Então na gestão atual o prefeito autorizou para que nós fizéssemos uma licitação para transporte alternativo e dentro dessa licitação, com base em erros do passado, o nosso edital, em termos de referência, ele vai minimizar as possibilidades de que esse tipo de situação aconteça”.
“O SERVIÇO DE BILHETAGEM ELETRÔNICA TEM FALHAS”
Cláudio Pessoa também informou à CPI que solicitou informações das vans e ônibus, no que diz respeito a números de dispositivos que usam para operar a bilhetagem eletrônica.
“A lei diz que é 10% [de vans] da quantidade de ônibus regular no consórcio. São 417 ônibus, você teria aproximadamente 41 vans rodando. Pedimos o número do dispositivo que fica atrelado a cada ônibus e a cada van na cidade de Teresina. E o senhor [vereador Dudu] fez aí uma alusão como se tivesse que ter a partir de agora a possibilidade de verificar esses números para fazer uma análise dos que tínhamos recebido antes. Então nós fizemos o seguinte: determinamos que a partir da data X, 30 dias à frente nós teremos o controle, a visão dos valores que entra através do sistema de bilhetagem eletrônica nesses veículos. Isso serve para mostrar que o serviço de bilhetagem eletrônica tem falhas. E tais falhas inviabilizam a confiança, a transparência da prestação de serviço das operadoras que hoje detêm essa tecnologia”, pontuou.