Foto: Ascom Sesapi
Por Roberto Araujo
A Justiça autorizou na tarde desta quarta-feira (10) a transferência do pequeno Benjamim, de apenas três dias, para a Maternidade Dona Evangelina Rosa, após uma luta da família para que ele fosse transferido para uma unidade onde pudesse fazer exames e tratar uma dificuldade que ele tem enfrentado desde que nasceu: o recém-nascido não consegue se alimentar, provavelmente, por conta de um estreitamento no esôfago.
Aline Araújo, amiga da família, disse ao portal que o bebê nasceu no domingo (7) na maternidade Dr. João Bandeira Monte, em Piripiri, e que, logo na primeira tentativa de amamentar, a mãe percebeu que havia alguma coisa errada.
"Ela achou estranho porque o bebê não conseguia engolir só chorava muito, ficava roxinho, babava e regugitava o leite para fora", disse.
Depois disso, a equipe médica tentou passar uma sonda nasogástrica, mas sem sucesso, o que levantou a suspeita para o problema do estreitamento do esôfago, que é o órgão que leva o alimento ingerido até o estômago. A partir daí, o bebê foi encaminhado para uma UTI neonatal, onde passou a ser aplicado soro, já que não foi possível fazer a passagem da sonda.
"Aqui não tinha equipamento para atender o problema dele, e na Evangelina Rosa tem. Lá é para fazer os exames e, possivelmente, cirurgia, se tiver mesmo estenose congênita, que é o canal fechado do esôfago e estreitamento", disse a amiga da família.
Segundo Aline, o hospital informou que o recém-nascido estava em uma fila para ser transferido para a maternidade em Teresina, mas que estavam no aguardo da abertura de uma vaga. A família procurou o Ministério Público, que ajuizou uma ação civil pública, e obteve a decisão judicial favorável determinando a transferência imediata do bebê.
“Apesar dos esforços da equipe médica, que tentou sem sucesso colocar sonda orogástrica, o bebê permanece sem alimentação, com dificuldades de deglutição e sialorreia, quando há produção excessiva de saliva. O Hospital Regional Chagas Rodrigues carece do equipamento necessário para realizar exames cruciais, como raio-x com contraste, e por isso solicitamos a transferência do paciente para uma unidade especializada”, explicou o promotor de Justiça Nivaldo Ribeiro.
Após a autorização judicial, o bebê aguarda a chegada de uma ambulância adaptada para a transferência do bebê ainda na noite desta quarta (10). Ele vai acompanhado de uma tia porque a mãe está em pós-operatório em virtude do parto cesariano.
O portal procurou a Maternidade Evangelina Rosa para saber o porquê da indisponibilidade de vaga, mas até o momento, não teve resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.