A decisão foi publicada nesta sexta-feira (10).

A vereadora de Teresina, Tatiana Medeiros (PSB), teve a prisão domiciliar revogada, na manhã desta sexta-feira (10). A decisão foi assinada pelo juiz eleitoral, José Maria de Araújo Costa, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI).
Conforme o documento, a prisão domiciliar foi convertida em recolhimento noturno com permissão para saídas restritas ao cumprimento de atividades laborais e eventuais necessidades de consultas médicas. Ela também foi autorizada a reassumir o mandato na Câmara de Teresina. A vaga estava ocupada pelo 1° suplente do PSB, Leôndidas Júnior.
Tatiana Medeiros estava presa desde o dia 3 de abril e foi transferida para o regime de prisão domiciliar no dia 3 de junho. A sua prisão aconteceu no âmbito da Operação Escudo Eleitoral, da Polícia Federal.
Ainda não há data para o retorno ao mandato. Tatiana Medeiros é a presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Teresina e cumpre o primeiro mandato parlamentar no Legislativo Municipal.
Apesar da soltura, Tatiana Medeiros deverá seguir uma série de restrições impostas pela Justiça:
a) a restrição e auditoria do uso da internet a dispositivo dedicado (IP fixo, whitelist de sistemas legislativos e logs), possibilitando, inclusive, acesso às redes sociais institucionais da paciente;
b) a proibição de manter contato com outros investigados, testemunhas e servidores arrolados;
c) a fixação de prazo de 90 dias para revisão obrigatória das medidas cautelares.
Conforme o documento, o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas impostas implicará na revogação e decretação da prisão.
Pedido de revogação
A defesa da vereadora ingressou, na quinta (9), com o pedido de revogação de prisão e de outras medidas cautelares impostas à parlamentar. O pedido se baseia na decisão do Tribunal de Justiça, que anulou o relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que era dito como principal prova da denúncia contra a vereadora.
Audiência cancelada
A juíza da 1ª Zona Eleitora de Teresina, Junia Maria Feitosa, já decidiu pelo cancelamento da audiência de instrução e julgamento do caso, que estava designada para ocorrer entre os dias 13 a 17 de outubro.
OPERAÇÃO ESCUDO ELEITORAL
A vereadora Tatiana Medeiros (PSB) foi presa pela Polícia Federal, no dia 3 de abril, durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral. Na mesma operação estão sendo alvos servidores comissionados da Câmara Municipal de Teresina (CMT), da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí (Sesapi).

A investigação, iniciada após a divulgação dos resultados das Eleições 2024, identificou elementos que apontaram vínculo entre vereadora eleita na capital piauiense e “expoente de facção criminosa violenta com grande atuação no estado”.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que a campanha eleitoral da parlamentar foi custeada com recursos oriundos de facção criminosa, bem como de desvios de recursos públicos de uma instituição não governamental.
Além das medidas judiciais, o Juízo Eleitoral determinou a suspensão das atividades da organização não governamental (ONG) “Vamos Juntos”, mantida pela vereadora.

NAMORADO DE TATIANA
Alandilson Cardoso Passos, namorado da vereadora Tatiana Medeiros, foi preso durante uma operação do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) contra o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro da facção Bonde dos 40.
Ele foi preso em um hotel na cidade de Belo Horizonte (MG), no dia 14 de novembro de 2024. Na época, o delegado Samuel Silveira informou que Alandilson estava acompanhado de Tatiana Medeiros no momento da prisão. Os dois estariam viajando juntos.

Nesse mesmo dia, a casa da vereadora foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão. O delegado explicou que os criminosos utilizavam empresas de fachada para disfarçar o dinheiro ilícito, camuflando o capital em negócios de revenda, locação e peças de veículos.
Em dezembro de 2024, a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na organização não governamental (ONG) “Vamos Juntos”, fundada pela vereadora eleita Tatiana Medeiros (PSB), em Teresina (PI). No dia, foram apreendidos R$ 100 mil em espécie.
Alandilson permanece preso em presídio de Minas Gerais e aguarda decisão judicial sobre pedido de soltura após anulação de provas no processo em que responde. Foi essa anulação de provas que beneficiou Tatiana.
fonte portalclubenews.com