segunda-feira, 31 de março de 2014

Traficantes aliciam meninas de 12 anos para fazerem programas

Traficantes aliciam meninas de 12 anos para fazerem programas

O esquema foi descoberto após o desaparecimento de duas adolescentes nos bairros Mafrense e Poti Velho.

Traficantes de Teresina estão aliciando garotas de 12, 13 e 14 anos para oferecerem a clientes nos bairros Satélite e Santa Maria da Codipi, nas zonas Leste e Norte da capital. O esquema foi descoberto após o desaparecimento de duas adolescentes nos bairros Mafrense e Poti Velho. O aliciamento acontece da seguinte forma: as meninas fogem da escola, em pleno horário de aula, sem os pais perceberem, e vão para casas de cafetões. Lá, eles oferecem roupas, calçados e drogas, especialmente cocaína e crack. Pelos serviços, eles pagam as adolescentes gorjetas de R$ 20,00 a R$ 100,00.

Fotos: Yala Sena

O combinado com os cafetões é para elas fugirem, temporariamente, das escolas, mas aparecerem em suas residências para não provocarem desconfianças dos pais e nem da polícia. Porém, as duas adolescentes sumiram por mais de 48h e os pais se desesperaram. As mães registraram Boletins de Ocorrências na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e no 7º DP.

Após uma busca com equipes do Ronda Cidadão, a menor de inicial N, 12 anos, apareceu. Ela contou à mãe que fugiu da residência onde ocorreria aliciamento e pegou um taxi. A garota e a outra menor de inicial V, 12 anos, estudam na escola Iolanda Raulino, no bairro Poty Velho. 

A menor contou ainda que junto com a amiga foram até o Satélite. Quem conhecia a suposto dono da casa seria a V que a levou até o local. Ela relata que consumiu crack e fez um programa de R$ 20,00 para um senhor no Parque Brasil.  


A mãe de N, 12 anos, que não quis se identificar, registrou BO na DPCA e disse a equipe de reportagem do Cidadeverde.com que não tinha conhecimento que a filha consumia drogas e que fazia programa.

“Ela me disse que eles queriam que ela fizesse ponto, que chegaram a agredi-la, mas acho que é uma coisa e é outra”, disse a mãe.

Sem localizar a garota V, os familiares pediram ajuda dos policiais do 7º DP para irem até o local. O chefe de investigação, Paulo Afonso Oliveira, percorreu ruas com suposta identificação da garota, mas não conseguiu localizar.

“Estamos aqui só dando um apoio para as famílias, mas a investigação está na DPCA”, esclareceu Paulo Afonso.

Na manhã de ontem, V apareceu em casa, após quatro dias desaparecida. Ela foi levada até a DPCA. O chefe de investigação da delegacia, Evaristo Alves, informou que nesta segunda-feira foi requisitado exames na maternidade Evangelina Rosa para identificar se a menor foi abusada. 

“Até quarta-feira vamos receber o exame e dependendo do resultado vamos apurar a veracidade das denúncias”, disse Evaristo Alves. 

fonte cidadeverde.com