Teresina é uma das mais violentas do país, diz juiz
A falta de escolas e o fechamento de unidades de ensino é outra preocupação que as autoridades governamentais devem ter
Sem escolas, a adolescências vai para as ruas, disse o juiz
Casos de participação de menores na criminalidade mostram uma nova realidade que conta com o envolvimento de mulheres adolescentes no mundo do crime.
No Centro Educacional Feminino (CEF), em Teresina, 52 adolescentes já passaram nos últimos três anos e a causa, segundo a psicóloga Karine Mourão, “está no roubo e no tráfico”. Este último, segundo ela, é abrangente e envolve outras situações de participação como receptação e até mesmo homicídios.
O Centro atende a todo o estado do Piauí, agravante que dificulta as ações de toda a equipe de trabalho. “A nossa principal dificuldade é com as adolescentes que vêm do interior. Na obtenção de informações sobre essas adolescentes nós temos limitações no Estado para o deslocamento do CEF a essas unidades”
Para o Juiz Titular da 2ª Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Teresina, Antônio Lopes, o problema não é recente. “Isso não é de hoje e sim de muito tempo. Toda essa parte infracional só vem da droga. É a família sem estrutura que leva essas meninas ao crime.”
A falta de escolas e o fechamento de unidades de ensino é outra preocupação que as autoridades governamentais devem ter, segundo o juiz. “Sem escola e quando se fecha escolas, a adolescência vai para as ruas, conhece as drogas e vai para o crime. A solução imediata é investir em escolas de tempo integral. As unidades não comportam mais as meninas, porque a demanda é violenta.”
“Teresina é violentíssima e as autoridades não querem ver isso. Teresina é também uma das cidades mais violentas do Brasil, é o que dizem as estatísticas”, conclui o juiz.