Moradores estão deixando o Jacinta Andrade por causa da falta de água
População que ainda vive no residencial se queixa que o fornecimento na região está irregular há, pelo menos, quatro meses.
Há quatro meses, João Alves Filho, de 27 anos, pensa em ir morar no Residencial Jacinta Andrade, onde ganhou uma casa. Mas, a residência ainda não foi terminada e a escassez de água aumenta cada vez mais o problema. Para completar a obra do local, João sobe diariamente uma ladeira íngreme carregando, em uma bicicleta, um galão de água para poder preparar a massa para concluir a construção. São várias viagens todos os dias para conseguir abastecer os serviços.
“Eu estou há quatro meses sem água aqui. Minha casa, que fica mais em cima, nunca mais pingou uma gota. Vem às vezes 4h da manhã, mas, quando dá 4h30, já tem acabado. Não dá pra nada. Além disso, tenho uma criança pequena e não tem como ficarmos sem água aqui. Todos os dias, eu subo essa ladeira trazendo água; só hoje, já fui três vezes buscar”, afirma João Filho.
Foto: Marcela Pachêco/O Dia
Família que moram nas partes mais altas do residencial têm que andar algumas quadras para pegar água
O morador, que pega água nos locais mais baixos do residencial, assegura que vários vizinhos já deixaram o residencial por conta do problema. “Não tem como morar aqui com essa falta de água. Vários vizinhos já foram embora. Nessa minha rua mesmo, uns quatro já se mudaram para outros bairros, porque não conseguiram ficar sem água”, completa.
O caso de João Filho, infelizmente, não é isolado. A maioria dos moradores do residencial tem reclamado do problema no abastecimento da região. Gorete Araújo, de 54 anos, mora numa das áreas mais baixas do residencial e, mesmo assim, não escapa da falta de água.
“Hoje, faz 14 dias que eu não tenho água na minha caixa. Só vêm uns pingos. Fico esperando com a torneira aberta para poder encher um balde para banhar e fazer os outros serviços de casa. Tenho minha mãe idosa aqui comigo, preciso muito de água para tudo”, afirma a dona de casa, colocando também que os serviços domésticos estão sendo afetados pela escassez do líquido.
“Lavar roupa e louças é difícil. Precisa ter paciência para esperar a água chegar. Ligo todos os dias para a Agespisa e eles sempre dizem que vão mandar arrumar no outro dia. Estou aqui esperando e nunca arrumaram”, completa.
fonte portal o dia