terça-feira, 9 de junho de 2015

Servidores invadem a Câmara e deixam vereadores encurralados


Servidores invadem a Câmara e deixam vereadores encurralados

Manifestantes querem impedir a votação do projeto de reajuste salarial.

Após mais de cinco horas ocupando a Câmara da Vereadores, os servidores municipais de Teresina decidiram acampar no local até que sejam recebidos pelo prefeito Firmino Filho ou por algum representante da prefeitura. Vereadores da oposição tentam viabilizar a reunião. "O objetivo é ficar aqui até sermos recebidos. O ideal era que fosse pelo prefeito", disse Letícia Campos, do Sindserm.
Um dos manifestantes denunciou que foi atingido por um aparelho choque. Leandro Lopes, assistente social do município, disse que o fato aconteceu quando os manifestantes tentavam subir no tablado da Câmara de Vereadores. "Foi um homem à paisana. Ele estava segurando um instrumento na mão e deu um choque. Foi dessa forma que fomos recebidos", reclama o servidor.
Fotos: Assis Fernandes/ ODIA
Os servidores municipais de Teresina se revoltaram contra os vereadores na manhã desta terça-feira (09) e invadiram a Câmara, deixando os parlamentares encurralados. Os policiais militares que estavam no plenário não conseguiram impedir a ocupação de aproximadamente 50 manifestantes. O reforço policial foi chamado, mas os PMs ficaram do lado de fora do plenário.
A manifestação começou no momento em que os vereadores estavam discutindo o projeto de reajuste para os servidores, que foi encaminhado pelo prefeito Firmino Filho e que já iria para a segunda votação. Os servidores querem evitar a aprovação do projeto e se reuniram logo cedo em frente à Câmara Municipal. Eles gritam palavras de ordem como "eu vou ficar, vou resistir. Daqui só saio quando o Firmino vir". 
O projeto que prevê o aumento a várias categorias e coloca a remuneração mínima de R$ 1 mil  para os servidores é alvo de críticas por parte do sindicato da categoria. "O salário vai chegar a esse valor com penduricalhos, mas o vencimento, que vai contar com direito para o servidor caso este adoeça ou precise de INSS, é de R$ 698,00, ou seja, menos de um salário mínimo", ressalta a presidente do Sindserm, Letícia Campos. 
A sindicalista acrescenta que os servidores tentaram realizar uma audiência pública na Câmara, para discutir o projeto, mas não conseguiram. "Há muito tempo tentamos negociar com o prefeito, mas o projeto foi enviado com uma série de irregularidades e excluindo categorias. Não restou outra alternativa que não fosse resistir. Só vamos sair quando o prefeito conversar conosco", disse Letícia.
Os servidores alegam que têm uma defasagem salarial de 55% e que o reajuste proposto pela prefeitura é de 1% e depois de 6%. Além disso, estariam excluídos os trabalhadores do magistério, da enfermagem e da radiologia no projeto de reajuste. A assessoria jurídica da Câmara já havia confirmado que os professores e profissionais de enfermagem podem ser incluídos no reajuste linear, mesmo já tendo recebido o reajuste previsto no Plano de Cargos e Salários.
Ontem (08), um grupo de vereadores esteve reunido com representantes do Sindserm e do Sindicato de Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem (Senatepi) para tratar sobre as reivindicações das categorias. O vereador Paulo Roberto da Iluminação (PTB), que participou da audiência com os servidores, considera recomendável que a Prefeitura retire o projeto de lei e inicie um amplo debate com as distintas categorias. O petebista opina que, além de ter excluído algumas categorias, o Executivo também desrespeitou a data base, que é em março. 
Após o plenário ser invadido, o presidente da sessão, vereador Jeová Alencar (SD), suspendeu os trabalhos legislativos por cinco minutos. Como os manifestantes permaneceram ocupando o plenário, cerca de meia hora depois a sessão foi encerrada.

fonte portal o dia