Manifestantes se reúnem para articularem grande ato contra o aumento da passagem
Eles pretendem colher 500 mil assinaturas contra o reajuste
Os manifestantes contra o aumento da tarifa de transporte público coletivo de Teresina se reuniram nesta sexta-feira (13) a fim de realizarem um chamamento para o grande ato que ocorrerá na próxima terça-feira (17), na capital. Eles pretendem colher 500 mil assinaturas para encaminharem ao Ministério Público.
“A concentração será na Praça do Fripisa, por volta das 16h e vamos coletar uma quantidade máxima de assinaturas para encaminharmos ao Ministério Público para que seja revogado esse reajuste. Em Brasília derrubaram o aumento da passagem e em Pernambuco também poderá ser revogado, em Teresina não poderá ser diferente”, afirma o pedagogo da rede municipal de ensino, Luciano Alves.
De acordo com Luciano, o movimento sente que está tendo apoio dos demais teresinenses. “Quem critica é quem está com seus veículos engarrafados. As pessoas que estão no ponto de ônibus apóiam o movimento. Querem divulgar que é uma manifestação marginalizada, mas não é. Temos trabalhadores e estudantes participando, não somos bandidos. Essa queima de ônibus foram atos isolados. Não costumo criticar, por que a população está cansada”, destacou.
A professora e ex-candidata a Prefeitura de Teresina, Lourdes Melo, afirmou que o reajuste na passagem de ônibus da capital é para favorecer os empresários. “Vamos mobilizar muito gente e continuar lutando contra esse aumento. Entendemos que o prefeito ao passar das eleições ele fez esse reajuste para favorecer os empresários que são amigos dele, que inclusive ele teve uma campanha milionária de um dinheiro que saiu de algum lugar, se não de quem? Dos empresários que o financiaram. Ele está fazendo essa retribuição do dinheiro da campanha. Temos o Direito de não concordamos com esse reajuste e termos um transporte público de qualidade”, afirmou.
Para a estudante Lygian Rissope, além do reajuste, os protestos são para a reestruturação do sistema de transporte coletivo da capital. “Os ônibus que circulam em Teresina são comprados em Fortaleza. Além disso, é importante entendermos que os centros de integração feitos pela cidade, que derrubam as árvores e que propicia ainda mais uma cidade de concreto, não é progresso. Nas cidade populosas que são modelos de mobilidade urbana são utilizados cartões. Algo bem mais sustentável. Em Teresina, os ônibus demoram a passar, são sucateados, e a população chega a pegar mais de quatro desses por dia. Esse valor de R$ 3,30, é algo que não condiz com a realidade do teresinense. Nós moramos em uma cidade quente e o transporte público também não tem climatização, isso é retrocesso. Não estamos aqui para apenas baixarem a tarifa, mas para que o transporte seja revisto e readequado com objetivo de dar uma qualidade de vida aos populares”, concluiu.
ProtestosNesta sexta-feira (13), os manifestantes entram no seu quinto dia de protestos contra o aumento da passagem de ônibus. Na terça-feira (10) um ônibus chegou a ser incendiado. No dia seguinte, outro transporte público foi alvo dos protestos. A Polícia Civil já identificou parte dos acusados. Apenas um dos envolvidos, que invadiram o ônibus encapuzados permanece no anonimato.
De acordo com o delegado Ademar Canabrava, do 12º DP, os quatro que foram presos devem responder pelos crimes de incêndio criminoso, dano ao patrimônio público e privado e associação criminosa.
Aumento da passagemA passagem inteira passou a ser R$ 3,30 desde a última sexta-feira, dia 06. Já a tarifa do transporte coletivo municipal para os estudantes permanece congelada em R$ 1,05. Este é o sexto ano consecutivo que a classe estudantil paga a tarifa nesse valor.
Para chegar ao valor de R$ 3,30, o Conselho Municipal de Transportes Coletivos levou em consideração o valor dos insumos para manutenção do sistema e os investimentos realizados para melhoria do transporte público.
