‘Estamos tentando voltar a rotina’, diz irmão do motorista de carro que caiu em riacho no Piauí
Seis pessoas da mesma família morreram afogadas após carro cair em riacho. Acidente aconteceu na quinta-feira (13), na zona rural de Miguel Alves.
Cinco dias após o acidente que vitimou seis pessoas da mesma família após o carro cair em riacho na zona rural de Miguel Alves, Norte do Piauí, parentes e amigos procuram explicações para a tragédia. Para Francisco das Chagas, irmão do motorista, ainda não foi possível aceitar a morte do caçula de oito filhos.
“Eu só posso acreditar que meu irmão [José Helmo Mesquita de Sousa] teve um mal súbito e por isso o carro caiu no riacho, ou o filho dele passou mal e ele voltou às pressas perdendo o controle da direção porque chovia muito. Fico pensando em todas as possibilidades, procurando uma explicação. Aos poucos a nossa família tenta voltar a rotina, mas tem sido difícil”, declarou.
Francisco das Chagas revelou que o pai de 70 anos é o mais abalado com a tragédia, chora o tempo todo e está sem se alimentar desde o acidente. Ele contou que o irmão estava a caminho da casa da sogra, no Povoado Vereno, onde iria passar a Semana Santa.
O acidente aconteceu na quinta-feira (13), mas somente no dia seguinte o carro com os seis corpos foi retirado do riacho. As vítimas foram identificadas pela polícia como: José Helmo Mesquita de Sousa (motorista), a esposa Leila Mara Sampaio Dias e o filho do casal Everton Mesquita Sampaio. Também estavam no veículo a cunhada do motorista, Lucélia Sampaio Dias, 36 anos, e as duas filhas dela: Pamela Gabriela Dias de Sousa, 17 anos e Evelin Kailane Dias de Sousa, 7 anos.
Outro inconformado com a perda é o comerciante Antônio José, que é amigo da família e chefe do motorista José Mesquita. Ao G1, ele relatou que o funcionário horas antes do acidente estava bastante apreensivo e empolgado porque iria viajar e ter uns dias de folga.
“Ele ficava olhando o tempo todo no relógio. Quando deu meio-dia eu fechei o comércio e o José Mesquita foi em casa almoçar e buscar a mulher e o filho para viajarem. Antes de sair da cidade, ele passou aqui para levar umas mercadorias e na casa da cunhada para pegar ela e as sobrinhas”, contou Antônio José.
O comerciante destacou que José Mesquita tinha o costume de passar os feriados na casa da sogra e por isso conhecia muito bem a estrada. Para ele, a vítima era mais do que um funcionário, que começou a trabalhar para ele desde os 13 anos, mas um filho e alguém de sua confiança.
“Fiquei arrassado, não esperava isso, foi uma grande perda. O Mesquita é quem resolvia tudo para mim, era vendedor no meu mercado, fazia cobranças, pagamentos no banco. Não sei o que aconteceu, ele era um ótimo motorista. Quando soube do acidente fui logo atrás dos bombeiros para resgatar os corpos, porque já não tinha esperança deles estarem vivos”, declarou o comerciante.
O delegado Francírio Queiroz informou que o caso será investigado pelo novo delegado de Miguel Alves, Antônio Barbosa e o mesmo deve assumir o cargo nesta terça-feira (18). Familiares e testemunhas ainda serão convocados para prestar depoimento.
Carro desceu de aterroPara o delegado Francírio Queiroz, revelou ao G1 que o veículo desceu o aterro na lateral da estrada até o riacho (assista acima o vídeo do resgate). Segundo ele, populares relataram que o motorista passou pela ponte, andou um pouco e decidiu voltar. Antes de chegar na passagem da ponte, o carro desceu devagar o aterro na lateral da estrada até o riacho.
“Não sabemos se a chuva influenciou no acidente, o riacho também estava com volume muito alto. O carro deve ter deslizado até o riacho porque o veículo ficou intactado, diferente se ele tivesse caído de cima da ponte e sofrendo assim impacto. Os vidros e portas da S-10 estavam travados e foram quebrados pelos bombeiros durante o resgate. “, contou.