quinta-feira, 27 de abril de 2017

Sindicato dos motoristas de ônibus orienta população a ficar em casa amanhã

Sindicato dos motoristas de ônibus orienta população a ficar em casa amanhã

“Pedimos a todos que apoiem a greve e fiquem em casa. Não é para os ônibus circularem", disse vice-presidente do Sintetro

Nenhum ônibus deve circular em Teresina amanhã (28), devido à adesão do Sindicato dos Trabalhadores Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) à greve geral em protesto contra a Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e a Lei da Terceirização proposta pelo Governo do presidente Michel Temer.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Empresas de Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro), Francisco das Chagas, se algum ônibus for colocado na rota, é apenas porque poucos motoristas vão para a gragem. “Pedimos a todos que apoiem a greve e fiquem em casa. Não é para os ônibus circularem, queremos greve geral”, explica.
Outras categorias
Dentre os profissionais que já confirmaram a paralisação dos trabalhos no Piauí estão a Polícia Civil, agentes penitenciários, servidores federais, professores e servidores da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), professores e servidores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), bancários, motoristas de ônibus, servidores do Município, servidores do Estado, três escolas particulares de Teresina e o Tribunal Regional do Trabalho.
De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Bancários do Piauí, José Ulisses, todas as agencias da capital devem paralisar durante todo o dia, funcionando apenas o Autoatendimento. “Fizemos uma assembleia onde decidimos parar, apoiamos a causa. Porém, depende muito da adesão dos funcionários. Mas a ideia é que não funcione. Lutamos pelos direitos dos trabalhadores, porque se essas reformas forem aprovadas, os trabalhadores vão virar escravos”, esclarece.
No que diz respeito às universidades, a Associação de Docentes da UFPI (ADUFPI) e da UESPI (ADECESP) confirmaram adesão ao movimento. Portanto, não haverá aula em nenhuma das instituições públicas de Ensino Superior. Algumas faculdades optaram por suspender atividades mais importantes no dia, como as provas.
O Diocesano, o Colégio das Irmãs e o Dom Bosco anunciaram através de informativo que estão aderindo a greve. Não haverá aula durante todos os turnos do dia. As escolas seguem orientação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que se posicionou a favor da greve geral como forma de protesto ao cenário de reformas pelo qual o país tem passado, em especial a reforma da previdência. O CEV, o Sinopse e o Dom Barreto também vão aderir.
Igreja
O Arcebispo Metropolitano de Teresina, Dom Jacinto, defende que o Projeto de Lei da Reforma da previdência deveria ser discutido de forma mais democrática, especialmente com quem vai ser prejudicado com as medidas e diz apoiar a defesa dos diretos dos trabalhadores.
Ele alegou que a igreja se sente parceira de todos os cidadãos. “Será que ao invés de penalizar os pequenos, os assalariados, a reforma não deveria primeiro ir atrás das grandes empresas que são devedoras, de forma a não tirar simplesmente dos pequenos ou reduzir benefícios que ainda são possíveis de serem mantidos? “, questiona o arcebispo.
TRT e MPT
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) também se posicionaram a favor da greve. No TRT não haverá expediente na 3ª Região e suas unidades judiciárias durante todo o dia. O MPT enfatizou, por meio de nota pública, que a greve é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal, e assegurou a legitimidade do movimento, uma vez que as reformas trabalhista e previdenciária, em trâmite no Congresso Nacional, foram discutidas sem consulta efetiva aos representantes dos trabalhadores.
Lojas e comércio
O Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado do Piauí (SINDILOJAS/PI) informa que as lojas do Centro de Teresina estarão funcionando normalmente durante todo o dia. Já o Sindicato dos Empregados no Comércio e Serviço de Teresina (SINDCOM) estão apoiando a greve e aderem a paralisação. Segundo o segundo secretário geral do sindicato, Valdivino Nonato, as reformas vão tirar os direitos da população brasileira e, por isso, eles vão parar.
Outras formas de protesto
Paralisar atividades de categorias na capital de Teresina não é a única maneira de contribuir ou fazer parte do protesto de amanhã. Com o título “Como ajudar a greve geral”, as centrais sindicais propuseram medidas que recomendam os cidadãos a não realizarem atividades comuns no dia-a-dia, a fim de evitar ao máximo a circulação de capital e fortalecer a mobilização. Dentre as orientações, eles pedem que as pessoas não frequentem farmácias, mercados, padarias, restaurantes, lojas, shopping, lotéricas, bancos, academias, escolas ou faculdades.
De acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Paulo Bezerra, a ideia é fazer a capital parar, para mostrar o descontentamento dos brasileiros com os direitos que serão tirados. “Se a pessoa não pode estar conosco, ela pode contribuir, e muito, ficando em casa. Todos os trabalhadores vão ser prejudicados. Os aposentados, os iniciantes, o que estão em ativa, os desempregados. Então, é de responsabilidade nossa chamar a atenção da sociedade. Queremos é que feche e pare tudo”, enfatiza o presidente.
Concentração
A paralização vai iniciar com concentração na praça Rio Branco, no centro de Teresina, a partir das 8h. De acordo com o presidente da CUT, Paulo Bezerra, as categorias vão se reunir em suas sedes e, posteriormente, se concentrarão na praça, onde ficarão até 10h da manhã, quando vão marchar em protesto fazendo um percurso nas principais ruas do centro da capital. A paralisação deve acontecer até pelo menos 17h.
Hits da greve
A greve geral deverá ter um aspecto diferente em relação às outras manifestações de trabalhadores. Além da grande mobilização, de caráter nacional, estão sendo criados hits específicos para o dia 28 (confira abaixo).
Um deles foi composto pelo estudante de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí, o rapper Marco Gabriel. A letra fala sobre as regalias dos parlamentares, que são responsáveis por aprovar as reformas que motivaram a greve geral. “Adesão à greve segue, prossegue e aumenta. Mobilização dos trabalhadores é a ferramenta”, diz o rap.

fonte portal o dia