Trabalhadores dos Correios decidem na quarta-feira se deflagram greve
A greve tem como objetivo protestar contra o desmonte dos Correios, a falta de segurança nas agências, as ameaças de demissões, dentre outros pontos.
Os trabalhadores dos Correios estarão reunidos em assembleia geral extraordinária nesta quarta-feira (26) para deliberar sobre a aprovação de uma greve, prevista para iniciar a partir das 22 horas do mesmo dia, e com duração por tempo indeterminado.
A assembléia acontecerá às 18 horas, no pátio do edifício sede dos Correios, localizado na Rua 7 de Setembro, centro de Teresina. A greve tem como objetivo protestar "contra o desmonte dos Correios e a falta de segurança nas agências; pelo retorno da entrega diária; pela abertura dos livros contábeis da empresa; contra as ameaças de demissões; e contra a Reforma Trabalhista e Previdenciária."
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Piauí (Sintect-PI), a categoria vem sofrendo diversos ataques, tanto dentro como fora da ECT. "Os Correios não contrata ninguém desde 2011, todavia, tem aberto o PDIA (Pedido de Dispensa Incentivada para Aposentados), onde o trabalhador tem se desligado da ECT até mesmo contra a vontade, sofrendo inclusive ameaças diretas da direção. Agora, no último período, os Correios implementou a DDA (Distribuição Domiciliária Alternada), onde o carteiro trabalha cotidianamente com as correspondências e encomendas acumuladas dos dias anteriores e ainda com o quadro reduzido pela metade em todos os centros de distribuição domiciliária, os chamados CDD’s. Tanto os trabalhadores quanto a população sofrem com a precarização dos serviços, com o fechamento de agências e a falta de segurança", afirma o sindicato, por meio de nota divulgada nesta segunda-feira.
De acordo com o presidente do Sintect-PI, Edilson Nete, a situação tem causado problemas graves relacionados à qualidade do trabalho e à saúde dos funcionários, prejudicando diretamente a população.
“Os carteiros têm tratado o mesmo número de objetos que antes eram distribuídos equitativamente entre todo o efetivo das unidades. O excesso de serviço e a falta de trabalhadores fazem com que o trabalhador sofra graves problemas de saúde, como lesões por esforços repetitivos (LERs), distúrbios osteo-musculares relacionados ao trabalho (DORTs), depressão, problemas de coluna, tendinites, dentre outros. Isso sem falar das doenças que são desencadeadas pelos assaltos, que não são poucas, como a síndrome do pânico. Além de tudo isso, a direção recentemente suspendeu as férias do pessoal com período concessivo iniciado em 2017 e, como se não bastasse, quer liquidar de vez com o plano de saúde, estabelecendo mensalidades em cima de um salário extremante defasado, que não suporta mais nenhum tipo de desconto, pois já foi demais subtraído pelo fundo de pensão”, protesta o presidente do sindicato.
Paralisação nacional está marcada para o dia 28 de abril
Atendendo ao chamado das centrais sindicais, no dia 28 de abril os trabalhadores dos Correios estarão participando da "Paralisação Nacional contra a Reforma da Previdência e Trabalhista". A concentração do movimento será na Praça Rio Branco, a partir das 8 horas.