A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários do Piauí informou nesta quarta-feira (15) que cerca de 100 motoristas e cobradores de ônibus em Teresina foram demitidos em consequência da pandemia do coronavírus que reflete diretamente na economia.
Fernando Feijão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Transportes Rodoviários do Piauí, conta que a categoria ingressou com ação no Ministério Público e também recorreu à Delegacia Regional do Trabalho contra as demissões que podem atingir 1 mil trabalhadores.
"As empresas estão chamando os trabalhadores individualmente e coagindo a assinarem um termo de quitação, na qual o trabalhador é demitido com a promessa de ser contratado após a pandemia. Só que assinando esse termo, além de ficar sem emprego, não vai ter direito a receber a multa rescisória de 40% . Estão propondo também o parcelamento dos direitos do trabalhador em 10 vezes. O que o trabalhador vai fazer? não vamos aceitar essa forma de demissão", disse Feijão.
Ele frisa que a categoria está aberta a negociação e tem orientado aos trabalhadores não assinarem o termo de quitação.
"Vamos tentar também conversar hoje com o prefeito para que repasse subsídio e assim garanta o que o trabalhador tem direito.Sabemos que é difícil para o empresário que não está arrecadando, mas não é a única saída. Enquanto houver um fio de esperança, vamos recorrer. Temos trabalhadores idosos, com problemas de saúde quem vão ficar como sem emprego", questiona o presidente do Sindicato.
Diretor vê exagero nas previsões
Marcelino Lopes, diretor do Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina) informou ao portal que acha temeroso uma previsão do Sindicato com mais de 1 mil demissões.
Ele informou que amanhã, o empresário Edmilson Carvalho, presidente do Setut, estará reunido com o sindicato tentando buscar uma alternativa.
"Acredito que a negociação com o Sindicato é para evitar demissão em massa", disse Marcelino Lopes.