Teresina (PI) – Um casal que retornava da igreja passou por momentos de tensão ao ser abordado de forma agressiva por policiais militares do Batalhão Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas), em Teresina. Segundo relato da vítima, o policial responsável pela ação teria utilizado tom autoritário e ameaçado o cidadão de prisão por desacato, após este questionar a forma da abordagem.
De acordo com testemunhas, não havia qualquer atitude suspeita que justificasse a ação violenta. O homem, que preferiu não ter o nome divulgado, afirmou que apenas buscava entender o motivo da revista quando foi surpreendido com palavras de intimidação.
“Eu vinha tranquilo com minha esposa, voltando da igreja, quando eles mandaram parar de forma grosseira. Perguntei o motivo e o policial já me ameaçou de me levar preso por desacato. Me senti humilhado”, relatou.
A Lei brasileira prevê que abordagens policiais devem ocorrer com base em fundada suspeita, o que significa a existência de indícios concretos de que uma pessoa esteja praticando um crime. Especialistas em direitos humanos destacam que o simples fato de um cidadão questionar a ação policial não configura desacato, sendo um direito legítimo de todo brasileiro exigir respeito e explicações sobre os procedimentos.
Moradores da região afirmam que situações semelhantes têm se tornado frequentes envolvendo equipes da Rocam, o que gera medo e desconfiança entre a população.
“Esses policiais estão nas ruas para proteger, não para amedrontar. O comandante geral precisa colocar um freio nesses abusos”, declarou um morador.
A reportagem tentou contato com a Polícia Militar do Piauí, mas até o momento não obteve resposta sobre o caso.
O episódio reacende o debate sobre a necessidade de preparo e equilíbrio nas abordagens policiais, para que o direito à segurança pública não se transforme em motivo de violação da dignidade e do respeito aos cidadãos.
