Marcelo Castro sobre Cunha : “Poder subiu à cabeça”
Marcelo era relator da comissão que preparava a reforma política, mas foi destituído do cargo por não concordar com o modelo de distritão proposto por Cunha
O deputado Marcelo Castro (PMDB) afirmou respirar aliviado com a decisão do plenário da Câmara Federal em rejeitar a proposta de sistema distritão, na votação da reforma política. Esse sistema era defendido pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), e pelo vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). O parlamentar comentou as desavenças com Cunha e afirmou que o colega de partido teve uma derrota “fragorosa” por deixar o “poder subir a cabeça”.
Marcelo era relator da comissão que preparava a reforma política, mas foi destituído do cargo por não concordar com o modelo de distritão proposto por Cunha. O presidente da Casa realizou algumas manobras para que o sistema passasse no plenário, mas teve uma derrota histórica de 308 votos a 210 votos.
“Ele (Eduardo Cunha) não sabe o que o plenário pensa e com isso teve uma derrota fragorosa. Ele pensou que sabia. Tentou usar a força de presidente para obrigar a Casa a votar esse sistema rejeitado e foi derrotado. O poder subiu à cabeça dele. Se tornou autoritário e isso os deputados não aceitam. Ele não imaginava que o sistema defendido por ele e pelo vice-presidente, Michel Temer, não passasse. Os dois estavam errados”, declarou.
PANFLETAGEM
Durante a votação, Castro fez panfletagem no plenário e entregou documento que demonstrava porque o distritão seria ruim. Ele recebeu o apoio dos parlamentares que se sentiram incomodados com a atitude de Cunha de destituir a comissão. Ele teve a adesão dos deputados do PT, PSDB e parte do próprio PMDB.
Durante a votação, Castro fez panfletagem no plenário e entregou documento que demonstrava porque o distritão seria ruim. Ele recebeu o apoio dos parlamentares que se sentiram incomodados com a atitude de Cunha de destituir a comissão. Ele teve a adesão dos deputados do PT, PSDB e parte do próprio PMDB.
O parlamentar piauiense disse esperar que Cunha reveja suas atitudes como presidente da Casa. “Ele foi um ótimo líder do PMDB. Delegava tarefas, ouvia a todos. Foi eleito presidente e mudou. Se tornou autoritário. Ele é presidente de forma temporária. Esse mandato pode acabar amanhã. Tem que pensar nisso”, disse.
Marcelo Castro negou que a comissão tenha sido destituída porque o parecer não ficou pronto a tempo. “O parecer estava pronto há um mês atrás. Se ele tivesse pedido para votar estava pronto. O problema é que ele usou como estratégia ficar enrolando e adiou a última sessão em cima da hora. Então não teve mais tempo”, declarou.