Empresários são presos suspeitos de envolvimento em cartel no Piauí
Suspeitos são do estado do Ceará
Mais quatro pessoas foram presas através da “operação Escamoteamento” suspeitas de atuar em cartel para fraudar licitações no Piauí. Segundo informações do coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), promotor Rômulo Cordão, os suspeitos são do Ceará e se entregaram na última segunda-feira (24).
“Três deles são empresários e um prestava serviço como contador nas empresas. Eles fraudavam processos licitatórios em prefeituras e câmaras municipais do Piauí, Maranhão e Ceará. Só um dos presos chegou a movimentar aproximadamente R$ 7 milhões em contratos”, disse Rômulo Cordão.
O coordenador do Gaeco afirma ainda que o depoimento de um dos empresários chamou atenção do grupo. “Nós o questionamos sobre informações básicas da empresa, mas ele não tinha conhecimento algum, demonstrando claramente ser um ‘laranja’. Ou seja, ele repassava as quantias, sem sequer saber o nome da pessoa que estava recebendo aquele pagamento”, afirma o promotor.
Até o momento, onze pessoas foram presas na operação Escamoteamento e uma continua foragida.
Operação Escamoteamento
O nome 'Escamoteamento' faz referência à tentativa dos envolvidos de esconder a atuação da organização criminosa instalada na região. Para isso, valiam-se de empresas sem capacidade operacional, algumas inclusive sem sede física, para dar aparência de legalidade às contratações realizadas.
“Entre 2013 e 2015 a quadrilha atuava com ajuda da Prefeitura de Cocal para desviar recursos, sendo que moradores também chegaram a participar do esquema. Os municípios de São João da Fronteira e Bom Princípio também foram alvo das ações criminosas. Ao todo, foram conduzidas 35 pessoas suspeitas de serem os ‘laranjas’ envolvidos com as empresas de fachada e há suspeita de atuação nos Estados do Maranhão e Ceará”, afirma Sinobilino Pinheiro.
Segundo o promotor, as empresas ganhavam licitações para obras, locação de veículos e fornecimento de mão de obra, além de serviços de contabilidade. Além de empresários, funcionários públicos e beneficiários do programa Bolsa Família também estão envolvidos.
Ainda de acordo com Pinheiro, o "cartel" era comandando por 13 operadores que faziam as transferências bancárias e que movimentaram cerca de R$ 200 milhões. “Os presidentes de comissões de licitação e funcionários da prefeitura estão envolvidos. Foram feitas buscas tanto na Prefeitura de Cocal, quanto na Câmara de Vereadores” afirma.