segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Estado deve cerca de R$ 10 milhões às empresas terceirizadas


Estado deve cerca de R$ 10 milhões às empresas terceirizadas

Empresários temem não conseguir pagar o 13º e atrasar salários.

Empresas que prestam serviço terceirizado ao Estado do Piauí se reuniram na manhã desta segunda-feira (20) com o secretário de Administração, João Henrique Sousa, para exigir o pagamento dos contratos atrasados. Segundo levantamento dos empresários da Emserluz, Clean Service, Piauí Serviços, Liserv e Servfaz o débito já soma cerca de R$ 10 milhões.
Os atrasos estariam prejudicando diretamente os trabalhadores que prestam serviços nas diversas secretarias do Estado. Algumas empresas já se endividaram com empréstimos e atrasaram salários. Outras temem não conseguir pagar o 13º ou a rescisão de alguns contratos.
Fotos: Jailson Soares/ODIA
Segundo Deuselita Teixeira, da Liserv, o débito do Estado com a empresa é superior a R$ 2 milhões, sendo R$ 1 milhão somente da SASC.  “Eram 81 trabalhadores que prestavam serviço como vigia, secretária, digitador e recepcionista para Sasc, mas o contrato foi repassado para outra empresa, sem que nós recebemos o dinheiro do Estado. Ainda temos 70 trabalhadores para acertar a rescisão”, disse a empresária.
De acordo com Daniela Cunha, da Servfaz, os salários dos seus trabalhadores não estão atrasados, mas ela teme que não haja dinheiro para pagar o 13º. “Nós prestamos serviço à Seduc, Fundespi, ADH e STR”, disse.
Os empresários já recorreram ao TCE e se dizem desesperados. “A gente é cobrado pelos pais de família que querem receber seus salários. Tem alguns órgãos que estão devendo às empresas o mês de outubro do ano passado, mas infelizmente alguns gestores dizem que está tudo em dia”, disse Deuselita, para quem o Estado deve a maior quantia.

Deuselita Teixeira, empresária da Liserv
O sócio da Piauí Serviços, César Everton, disse que os trabalhadores que prestam serviço na Seduc, cerca de 40, já ameaçam parar as atividades. “Eles ocupam cargos de vigilantes, merendeiras e serviços gerais. Se acontecer essa paralisação será um caos, porque as escolas ficarão sem segurança, sem limpeza e sem merenda”, disse César, que não tem repasse do Estado há cinco meses.
Além dos contratos atrasados, os empresários também exigem uma posição do governo sobre os próximos meses, que marcam o fim da gestão do governador Zé Filho (PMDB). Emanuel Campelo, da Emserluz, é quem fala sobre a regularização dos pagamentos. “Estamos há mais de quatro meses sem receber. O atraso é geral e dificulta honrar o compromisso com os funcionários”, lamenta Emanuel.

Secretário de Administração, João Henrique
Após a reunião, o secretário de Administração, João Henrique, disse que irá se reunir ainda hoje com o secretário de Fazenda, Neto Carvalho, e prometeu dar uma resposta aos cinco empresários até amanhã. “Todas as empresas sabiam dessa reunião. Portanto, quem não veio é porque não deve estar com muitos problemas. Quanto a essas que estiveram aqui, percebo que a situação é contornável. Os problemas são próprios dos Estados que passam por dificuldades financeiras, mas poderemos resolver”, garante o secretário.
Por conta dos atrasos do Estado, as empresas já começam a sofrer ações trabalhistas. Alguns funcionários estão com os salários de agosto e setembro pendentes.

fonte portal o dia