quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Estupro de vulnerável Mãe cobra investigação após denunciar pedofilia em Coronel José Dias

 Criança de 12 anos teria sido abusada por um familiar. O suspeito passou a ameaçar a família depois que o caso foi descoberto.

Desesperada, a mãe de uma menina de 12 anos entrou em contato com o portal nesta quinta-feira (11) para cobrar investigação após ter denunciado um caso de estupro contra a filha no município de Coronel José Dias, na região Sul do Piauí. A mulher, que não terá identidade revelada para proteger a criança, diz que a família passou a receber ameaças após ter descoberto o caso.

Ao portal a mãe contou que o suspeito é parente do avô materno da criança e que se aproximou da família para pedir ajuda. Conforme o relato, o homem, que tem mais de 30 anos, fingiu estar doente para ser bem recebido pela família, e viu na menina uma vítima fácil para se aproximar.

Foto que o acusado de cometer o crime tirou ao lado da vítima (Foto: Arquivo Pessoal)
"Ele começou a seduzir a criança. A gente descobriu e ficou sem chão. Ele estava fazendo a cabeça dela de forma virtual, depois chegou a ter acesso a ela, porque ainda é nosso parente. Ele apareceu pedindo ajuda na minha casa e meu pai gosta muito de ajudar, assim ele se aproximou. Ele disse que estava doente, pediu para meu pai comprar um remédio para ele, mas era na malícia com a criança. Não passava pela cabeça de ninguém uma coisa horrível dessas", relatou a mãe.

MUDANÇA NO COMPORTAMENTO

A mãe da criança contou ainda que desconfiou que algo tivesse errado com a filha após mudança no comportamento. A garota, que sempre foi educada e boa aluna, passou a tratar os adultos com grosseria. Após uma conversa com a criança, a mãe verificou as mensagens no celular da vítima e descobriu as conversas com o pedófilo.

O suspeito envia mensagens para a família da vítima (Foto: Arquivo pessoal)
"A gente descobriu após dar pressão nela. Peguei mensagem dele no celular dela, seduzindo a cabeça dela, tinha ligação. Comecei a desconfiar pelo comportamento da criança, porque ela era uma menina bem educada, inteligente na escola, elogiada pelos professores, nunca tinha dado trabalho e com isso ela de repente mudou o comportamento desde que ele começou a mandar mensagem para ela, em dezembro", seguiu a mãe.

Nas mensagens, o homem tentava seduzir a garota. "Dizia que ela era linda, que estava apaixonado por ela e tudo mais. Depois disso ela começou a ficar agressiva, transformou a criança", contou.

DENÚNCIA

Como no município de Coronel José Dias não possui sede da Polícia Civil, a família da criança registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher em São Raimundo Nonato, cidade vizinha. Após a denúncia, cerca de dois meses atrás, a família ressaltou que nenhuma diligência foi feita.

"A gente está passando por um momento difícil demais. Eu nem lembro a data que a gente registrou o primeiro B.O., mas está mais ou menos com dois meses. A criança contou que ele tocou nela, ela disse que se fosse na cozinha, ele tocava nela. Se a gente descansasse um momento, ele tocava nela. Ela estava com a cabeça feita porque ela é só uma criança. Nunca passou na nossa cabeça que ele fosse botar vista na criança, ainda mais por ser da família", continuou a mãe da garota.


O acusado tenta convencer a família da vítima que o abuso é um relacionamento saudável (Foto: Arquivo pessoal)
ESTUPRO DE VULNERÁVEL

Segundo o Artigo 217-A do Código Penal, o estupro de vulnerável consiste na conjunção carnal ou qualquer ato libidinoso com menores de 14 anos, com ou sem consentimento. A pena para o crime é de reclusão de 8 a 15 anos.

"Registramos B.O., pediram perícia, a gente fez e tudo e foi registrado como tentativa de estupro e com isso tudo a Justiça até agora nada, não deu solução nenhuma para a gente", afirmou.

A mulher ainda relatou que o acusado chegou a tocar nas partes íntimas da filha e pediu que o caso seja investigado. Durante a entrevista, a mãe frisou que a família está completamente desesperada.

O acusado manda mensagens para a mãe da criança (Foto: Arquivo pessoal)
"A Justiça é fraca, fraca. Nós entramos em pânico, desesperados. Registrei um B.O. porque ela disse que ele já tinha tocado nela, ele queria marcar de ir escondido para algum lugar para ver ele, que era para ela dizer quando a gente não tivesse em casa para ele ir sair com ela. Chegou o ponto que a gente ficou desesperado porque ele já pegou nas partes íntimas. Viemos para a Justiça, levar ela nos médicos, fazer exames, levar em psicólogo, quase enlouquecemos", continuou.

FAMÍLIA É AMEAÇADA

Após ter descoberto o caso, o suspeito passou a ameaçar a família da garota. Além de espalhar pela cidade que quer manter um relacionamento com a criança, o homem envia mensagens no WhatApp dos familiares da menor relatando que pretende "namorar sério" com ela.

"Ele ligava para ela meia noite, ligava 3h da manhã, mandava mensagem para meu celular, para o pai dela, para meus irmãos, fazendo pouco da nossa cara. Dizia que a gente poderia fazer o que quisesse com ele, que ele não ia abrir mão dela. Onde a gente gente ia, ele seguia a gente. A gente pedia para ele deixar ela em paz, mandamos mensagem para a Justiça e diziam para ter calma. Só sabe quem está no sofrimento, quem está sofrendo não tem isso de ter calma", desabafou.

PEDÓFILO ENTROU ESCONDIDO NA CASA DA VÍTIMA

Ao Lupa1 a mãe contou ainda que na semana passada o acusado entrou escondido na casa da vítima. A mulher relatou que teve que se ausentar da cidade e que os avós e uma prima estavam em casa quando o suspeito de cometer os abusos convenceu a garota de abrir a porta e ficou escondido em um dos quartos da residência.

"Cinco dias atrás ele já entrou até na casa do meu pai para tentar matar ela ou alguma coisa, a gente não sabe a intenção dele. A gente descobriu que ele tinha entrado na casa do meu pai escondido, ficado debaixo da cama e ela sabia, mas não falou. Ele amedrontou uma prima da gente também, que a gente trouxe para ficar com ela. Ele chegou a dizer que ele iria matar ela e se matar depois", continuou a mãe.

Após o homem ir embora, a prima que estava tomando conta da criança, contou para a família que havia sido ameaçada pelo acusado. "Ela disse que ele falou que ia matar ela se ela contasse", contou a mãe.

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

Procurada no início da tarde desta quinta-feira (11), a delegada Cynthia Verena, titular da Delegacia da Mulher de São Raimundo Nonato, afirmou que o caso foi investigado pela Polícia Civil, que diligências foram realizadas e que o inquérito, já concluído, foi encaminhado para o Poder Judiciário.

fonte lupa1.com.br