Victor Linhares é apontado como pessoa de interesse em operação que apura lavagem de dinheiro
O ex-secretário de Assuntos Institucionais da Prefeitura de Teresina, Victor Linhares, é investigado pela Polícia Civil do Piauí após receber R$ 230 mil de uma fintech ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O caso faz parte da Operação Carbono Oculto 86, que apura um esquema de lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis na capital.
Segundo o delegado Anchieta Nery, diretor de Inteligência da Polícia Civil, Victor Linhares manteve transações comerciais formais com outros investigados. As movimentações ocorreram no fim de 2023, quando o ex-secretário abriu uma conta na BK Bank, instituição financeira investigada por vínculos com o crime organizado.
“A formalização acontece em 28 de dezembro de 2023. Poucos dias antes, ele teria sido instruído a abrir uma conta nesta fintech chamada BK Bank. Recebeu um pix de R$ 230 mil de um dos investigados, transferiu imediatamente o valor para outra conta de mesma titularidade e nunca mais acessou a conta”, afirmou Anchieta.
A BK Bank já havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal seis meses antes. Conhecida como “a fintech do PCC”, a instituição não possui as mesmas obrigações de compliance que os bancos tradicionais, o que facilita o trânsito de recursos ilícitos. Segundo a polícia, facções criminosas utilizam fintechs para driblar o rastreamento financeiro e ocultar movimentações suspeitas.
Apesar disso, parte das transações da Operação Carbono Oculto foi reportada ao COAF, órgão responsável pelo controle de atividades financeiras atípicas.
O ex-secretário ainda não se pronunciou publicamente sobre o caso.
Em entrevista, o prefeito de Teresina, Silvio Mendes, comentou a situação do ex-auxiliar e defendeu que o caso seja apurado com isenção:
“É ruim se for verdade. Cada um escolhe seu jeito de viver. Mas não posso julgar sem saber o que há de fato. Espero que não seja verdade. Se for, que cada um pague sua conta”, disse o prefeito.
A Polícia Civil reforça que a investigação mira o braço operacional do esquema, sem, até o momento, indicar envolvimento direto de agentes políticos.
Fonte: www.portalaz.com.br/ Polícia Civil do Piauí