Sem vigilante, crianças estão sendo liberadas mais cedo das aulas
Caso está acontecendo no Cmei Recanto dos Pássaros, localizado na zona Sudeste de Teresina, e prejudica o aprendizado das crianças.
Com medo da insegurança e sem a presença de um vigilante, a direção do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Recanto dos Pássaros, na zona Sudeste de Teresina, está liberando os alunos mais cedo, o que acaba prejudicando o aprendizado das crianças. O agente de portaria que fazia a vigilância do local era contratado por uma empresa terceirizada e, como o contrato foi concluído, o serviço foi interrompido.
Cerca de 117 crianças, entre 3 e 6 anos, são atendidas no Cmei nos turnos manhã e tarde. A diretora da creche, Deuzuita da Costa Silva, explica que a situação prejudica alunos, professores e os próprios pais, vez que muitos trabalham e não têm condições de pegar o filho mais cedo na escola.
“Aqui funciona até as 17h20 e fica muito perigoso, tanto para nós da escola quanto para as crianças. Tomamos essa medida porque os professores moram longe e eles estavam com medo de vir trabalhar”, disse.
Foto: Marcela Pachêco/ ODIA
Como os professores residem em bairros mais distantes da escola e as aulas terminam no início da noite, muitos se sentiam amedrontados em ir até o ponto de ônibus e serem vítimas de assalto.
A diretora do Centro Infantil ressalta que conversou com os pais sobre a falta de um vigia na escola e que as crianças precisariam voltar mais cedo para casa e a ideia foi aceita. Deuzuita da Costa conta que alguns pais chegaram a se mobilizar para ir até à Secretaria Municipal de Educação (Semec), para solicitar um vigilante no local.
“Fizemos isso por questões de segurança. Entramos em acordo para que as crianças não ficassem totalmente sem aula, mas que não corrêssemos riscos. Essa questão de demitir alguns funcionários e não contratar imediatamente é ruim, porque a gente fica a mercê”, fala.
Há três anos, a creche chegou a ser invadida por vândalos, mas nada chegou a ser levado. Sem alguém para fazer a vigilância do Cmei, a diretora teme que a tentativa volte a acontecer. Ela reforça que, no local, há apenas mulheres e crianças e que a vulnerabilidade é inevitável.
“À noite, nós temos a vigilância eletrônica, mas, durante o dia, é só nós mesmos. Quando chega alguém, a gente é que vai abrir o portão, então se alguém passa e vê que não tem um vigia, nota que estamos vulneráveis”, pontua.
Outra reclamação por parte da direção é que a creche também se encontra sem zelador desde a semana passada. Deuzuita relata que a Semec está fazendo a contratação de um novo profissional e, em breve, será convocado para assumir o posto.
Resposta
Em nota, a Gerência de Administração da Secretaria Municipal de Educação (Semec), informou que a situação do agente de portaria e do zelador enviados pela empresa Servsam para a Cmei Recanto dos Pássaros era provisória, porque o contrato com a empresa em questão foi concluído.
A partir de agora, a creche terá no seu quadro fixo de funcionários uma secretária, uma merendeira, dois agentes de portaria, com suporte do sistema eletrônico, um zelador e um auxiliar de secretaria.