Chiê não possuía doença mental no dia da chacina em São Miguel do Tapuio
Resultado do exame psíquico indica que, na data do crime, o réu foi acometido de alterações de comportamento devido ao uso de crack.
O exame psiquiátrico feito no réu Clewilson Vieira Matias, o Chiê, mostrou que ele não era portador de doença mental na data em que matou cinco pessoas no município de São Miguel do Tapuio, distante 248 km de Teresina.
A avaliação médica foi feita no final de julho, após solicitação da defesa de Clewilson. Caso fosse comprovada a existência de algum transtorno mental, o advogado pretendia solicitar ao Poder Judiciário que o réu fosse internado num hospital psiquiátrico ou que lhe fosse aplicada uma pena alternativa.
O resultado do exame também aponta que Chiê era capaz de entender o fato criminoso que cometeu no dia 30 de outubro de 2014, quando matou a esposa, Maria Moreira, e outras quatro pessoas - o estudante Sidney Tavares; o professor de informática Roberto Crisóstomo; o comerciante Cláudio Barros Oliveira; e o líder comunitário Juvêncio dos Reis.
O relatório médico aponta que, na data em que se submeteu ao exame psíquico, Clewilson "apresentou-se vestido adequadamente, consciência vígil [vigilante], higienizado, orientado globalmente, discurso coerente apresentado com voz clara e bom fluxo de palavras, pensamento de curso normal, abstração presente, humor estável, afetos congruentes, memórias preservadas, sem alterações sensoperceptivas, inteligência mediana avaliada empiricamente e juízo crítico da realidade sem comprometimento".
A avaliação psíquica também indica que, na data do crime, o réu foi acometido de alterações de comportamento devido ao uso de drogas. "Pelo exposto, concluímos que o periciado era acometido de alterações de comportamento devido ao uso de crack, atualmente abstinente, porém, em ambiente protegido. Quanto à sua capacidade de imputação, à época dos fatos delitivos, o analisado não apresentava prejuízos da sua capacidade de entendimento e determinação", conclui o relatório.
Chiê foi preso no dia 6 de novembro do ano passado, após uma extenuante caça da Polícia Militar, que durou sete dias. Na ocasião, o acusado confessou ter matado a mulher por achar que tinha sido traído.
Ele também afirmou que estava arrependido apenas de ter assassinado o compadre, e que as demais vítimas foram mortas porque pretendiam denunciá-lo à Polícia por tráfico de drogas.