Prefeitos cancelam carnaval em alguns municípios do Piauí
Um dos motivos alegados por gestores é a queda nos repasses do FPM. Recursos que seriam usados na folia de momo serão investidos em outras áreas
O carnaval é uma das épocas mais aguardadas pela população, no qual todos aproveitam para se reunir com os amigos, saírem às ruas fantasiados, brincarem e se divertirem. Os blocos de rua, o corso e as tradicionais escolas de sambam alegram todo mundo, e independente da idade, o importante é cair na folia de momo.
Porém, devido à crise que tem afetado a economia, algumas prefeituras piauienses optaram por cancelar as festas carnavalescas e utilizar os recursos para investir em outras áreas. As prefeituras de Piripiri e Castelo do Piauí, são uma delas.
O Assessor Especial da Prefeitura de Piripiri, George Magno, explicou que as festividades de carnaval não ocorrerão devido à necessidade de conter gastos, principalmente porque os repassas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) não estão ocorrendo de forma a suprir com os gastos das cidades. Além disso, ele acrescentou que no ano passado a mesma medida foi adotada no município e a população recebeu com bons olhos a iniciativa.
“A medida foi bastante aplaudida pela população de Piripiri, então eu acredito que este ano será da mesma forma. Este recurso que não será investido em carnaval, será destinado revertido em obras e no pagamento da folha dos servidores”, disse.
A atividade festiva confirmada em Piripiri é o Corso, que acontecerá na sexta-feira (05). Os partícipes deverão colocar os veículos para desfilar pelas ruas e ao término, uma banda local irás animar os foliões. Nos outros dias, a animação da folia de momo ficará por conta de bailes particulares.
Embora o município de Piripiri esteja passando por dificuldades financeiras, os gestores estão adotando medidas que visam amenizar a baixa de recursos. Uma delas é o recadastramento de imóveis da cidade, com expectativas de aumento no IPTU para o município.
“É esse recurso que usamos para fazer operações de tapa-buraco nas estradas e calçamentos. Nós duplicamos uma avenida, muito aguardada pela população, e foram usados apenas recursos próprios”, disse George Magno, acrescentando ainda que está sendo feito também a restituição da dívida ativa do município, que visa incrementar a receita do cidade.
Outro município que também não investirá mas festas de carnaval é Castelo do Piauí. O prefeito da cidade, José Ismar Lima “Zé Maia”, enfatizou que não existe um recurso especificamente destinado ao carnaval, mas sim um repasse da Secretaria da Juventude, que fica responsável por promover os eventos na cidade. Ele destacou ainda que o grande foco da cidade é o Cachaça Fest e, por isso, não há motivos para investir nas festividades de momo.
“Como o problema é a falta de recurso, o pensamento nosso é investir no vídeomonitoramento da cidade, que fazer tentar fazer com esse recurso que iria ser aplicado no carnaval. Queremos investir na segurança da população”, disse.
Segundo ele, as pessoas receberam bem esta proposta, vez que não é só o município de Castelo do Piauí que está suspendendo as atividades de momo. Ele ressaltou que algumas pessoas, sobretudo os jovens, possivelmente não aprovem a medida, mas, como o investimento será revertido para toda a comunidade, a assimilação é positiva, principalmente pelo conhecimento das condições econômicas do País.
Entretanto, o gestor destacou que a prefeitura está apoiando alguns blocos particulares, durante todos os dias de folia. “O que encarece o carnaval não são os blocos, mas as bandas, o som e o palco, já que são quatro dias”, finalizou o prefeito, concluindo que este ano também não haverá desfilo do corso no município de Piripiri.
APPM
Com a crise que tem atingido as cidades, sobretudo com a baixa dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), a Associação Piauiense dos Municípios (APPM) informou que algumas cidades estão deixando de investir nas festas de momo. Essa decisão partiu, principalmente, dos municípios de menores e que não têm muito lucro com as festas.
As cidades de grande porte, como Floriano, Água Branca, Campo Maior, entre outros, que costumam obter lucros, apesar dos recursos investidos, optaram por realizar a festividade, porém, reduzindo os gastos.