Desembargador suspende transferência e ursa Marsha fica no Piauí
O desembargador federal Jirair Aram Meguerian determinou a suspensão da transferência da Ursa Marsha do Zoo Botânico de Teresina para o Santuário Mata Ciliar em São Paulo. A decisão leva em conta o risco que o animal sofre em razão da viagem para chegar até lá, e suspende os efeitos da primeira determinação.
"Considerando que a decisão agravada determina a imediata transferência da ursa parda Marsha para o Santuário Associação Mata Ciliar, bem como o risco ao qual ao animal será sumetido em razão da viagem decorrente da medida liminar concedida em favor da autora, máxime em razão da distância entre as cidades de Teresina e Jundiaí, suspendo o cumprimento da decisão em questão, até ulterior deliberação sobre o pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal", diz a decisão do juiz federal.
Toda a polêmica judicial começou quando uma petição na internet com mais de 3.000 assinaturas está pedindo a transferência da Ursa Marsha para um santuário. Ela mora no Parque Zoobotânico de Teresina após ter sido resgatada de um circo na cidade de Manaus, Amazonas. A Confederação Brasileira de Defesa Animal (CONFAOS Brasil), que encabeça a petição, alega que o animal de origem canadense sofre com as altas temperaturas da capital, principalmente no período conhecido como B R O BRÓ, onde a sensação térmica passa de 40º entre os meses de setembro e dezembro. foi concedida em ação popular movida por Carolina Mourão Albuquerque. Em outubro, o Zoobotânico, mantido pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semar), foi denunciado por supostos maus tratos no cuidado com a ursa.
O juiz Frederico Botelho de Barros Viana, autor da primeira decisão, considerou, com base nos documentos apresentados, que "a situação da ursa Marsha é uma definição precisa de crueldade imposta pelos humanos. Se nós cidadãos fecharmos os olhos para estes fatos , não sei se somos mais evoluídos do que os animais que subjulgamos", enfatizou.
Já o Ministério Público e o Ibama estiveram no Parque Zoobotânico para avaliar as condições quem que vivem os animais do parque e principalmente a ursa Marsha que vive há oito anos no local. Os órgãos não constataram maus tratos, mas solicitaram algumas mudanças na alimentação e ambientação para que a ursa possa se locomover melhor.