terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Deputado denuncia suspeita de interferência em inquérito contra prefeito de Bertolínia

Deputado denuncia suspeita de interferência em inquérito contra prefeito de Bertolínia

Luciano Fonseca (PT) é suspeito de ter pago dívida pessoal dando ambulância do município como garantia

O deputado estadual Robert Rios (PDT) chamou a atenção do Ministério Público Estadual após receber em seu gabinete denúncias graves de supostas interferências da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí, numa investigação deflagrada na cidade de Bertolínia, contra o prefeito Luciano Fonseca (PT).
Luciano é suspeito de entregar uma ambulância, de propriedade do município de Bertolínia, como pagamento de uma dívida pessoal. Em dezembro do ano passado, a Polícia informou que o veículo foi encontrado numa fazenda da cidade de Landri Sales.
Em seu pronunciamento na Assembleia Legislativa, o parlamentar disse que a Delegacia Geral repassou a condução do inquérito para o Grupo de Investigação ao Crime Organizado (GRECO), e quando o delegado que acompanhava a investigação no sul do Estado foi questionar a mudança, afirmando ter provas e todas as condições de concluir a investigação, o Delegado Geral teria alegado desobediência às ordens superiores.
Robert Rios cobrou atuação do Ministério Público para apurar o caso 
Robert Rios cobrou atuação do Ministério Público para apurar o caso  
“Um Delegado Geral não pode usar do cargo para ocultar a podridão do poder público”, destacou o deputado.
Robert chamou a atenção do promotor Rômulo Cordão, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), para que use seu poder de controle externo para investigar o caso. Disse ainda que, dentro de suas atribuições como parlamentar, também vai apurar a denúncia.
Procurado através da sua assessoria de Comunicação, o delegado geral Riedel Batista afirmou que não ia se manifestar.
Delegado Riedel Batista não se manifestou sobre denúncias de Robert em plenário 
Delegado Riedel Batista não se manifestou sobre denúncias de Robert em plenário  
DELEGADOS DENUNCIAM DESCASO E ASSÉDIO
Hoje, representantes dos Sindicatos dos Delegados do Piauí, estiveram na Assembleia Legislativa. Ao 180, a delegada Andrea Magalhães, presidente da entidade, comentou que são muitos os problemas pelos quais passa a Polícia Civil no estado, inclusive, envolvendo casos de assédio moral e até perseguição.
“Não é hoje que denunciamos as péssimas condições de trabalho. Excesso de carga horária, perdas no contracheque, quatro anos sem perspectiva de reajuste salarial, muitos delegados estão deixando os cargos para assumir em outros estados, a secretaria de Segurança parece que não tem respaldo nenhum junto ao Governo, nada funciona, nada acontece. O delegado geral ao invés de buscar melhorias na pasta ele continua é a perseguir os delegados. Denúncias de assédio são constantes. O governo ao invés de oferecer meios, pressiona ainda mais a classe policial”, disse.
Andrea Magalhães disse que este é apenas um dos casos de que o sindicato tem conhecimento 
Andrea Magalhães disse que este é apenas um dos casos de que o sindicato tem conhecimento  
Já nesta tarde, por telefone, o sindicato se manifestou sobre o caso de Bertolínia, afirmando ter conhecimento e que irá tomar a providências cabíveis, e que este é apenas um dos casos de suposta intimidação que vem sendo denunciado pelos delegados. Levantou suspeitas sobre uso da Corregedoria da Polícia Civil para pressionar delegados, e mencionou interferências outras em investigações contra políticos, lamentando que os delegados não têm conseguido trabalhar com isenção.
“O Delegado Geral não tem direito de escolher com que procedimentos quer ficar. O Greco está atolado de investigações. E que eu saiba não tem nenhuma unidade folgada para receber mais procedimentos. Não aceitamos intimidação, o descontentamento é geral”, pontuou.

fonte 180graus.com