Ítalo Barros confronta oposição na Câmara e reclama de "teatro" dos vereadores contra Firmino
Parlamentares da base e da oposição ao prefeito Firmino Filho tiveram um longo embate durante a sessão desta quarta-feira (10) na Câmara de Vereadores. Uma proposta para abertura de crédito especial em favor da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (SEMCASPI), da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH) e da STRANS, no valor de R$ 6,6 milhões, deu início ao debate.
Acontece que parte dos recursos a serem remanejados são para a SEMDUH, para um projeto de usina fotovoltaica, como explicado pela líder do governo, Graça Amorim (PMB), que reclamou especialmente da falta de apoio dos parlamentares do PT, lembrando que o governador Wellington Dias é um dos grandes incentivadores do avanço da produção de energia solar no Piauí. Outra parte do dinheiro vai para a STRANS, para a elaboração de projeto para implantação de ciclovias na capital.
Para completar, Luiz Lobão (MDB) negou que a abertura de crédito fosse prejudicar moradores da zona Norte, como estava alegando a oposição, apontou críticas "desnorteadas" e ao citar obras da prefeitura no Parque Wall Ferraz ironizou alguns colegas: "É bom se adiantarem, que é pra dizer que é vocês que estão fazendo".
"Teatro da oposição" e "orgasmo mental"
Mas o clima esquentou mesmo foi entre o vereador Italo Barros (PTC) e os parlamentares Dudu (PT), Deolindo Moura (PT) e Major Paulo Roberto (SD). O primeiro afirmou que o comportamento da oposição não passa de teatro."Aqui cada um tem seu time. É teatro por que? Qualquer projeto encaminhado pela prefeitura de Teresina, ou que tenha dedo da base, a oposição cai toda em cima. Um espetáculo, meu Deus do céu, é um orgasmo mental que a oposição tem", disse Barros.
Oposição "patrocinada pelo governo do estado"
E ele não parou por aí. Mandou a oposição ao prefeito se olhar no espelho antes de fazer de tudo para "chamar atenção da mídia" e disse que 90% é "patrocinada pelo governo do estado", que tem "braço ou perna dentro do governo". "Não é nada mais que interesse político, queimar os vereadores que compõem a base do prefeito Firmino", completou.
"O que é orgasmo mental"?
Major Paulo Roberto não gostou nadinha e, em primeiro lugar, pediu ao colega para explicar a expressão "orgasmo mental". Deolindo então pediu a palavra e pediu respeito. "Ordem com as palavras. Foi falado de patrocínio de vereador. É um desrespeito do tamanho do mundo. Desrespeito muito grande. Quero solicitar para tirar dos anais da Casa. É decoro parlamentar. Sem falar nas palavras de baixo calão", reclamou o petista.
"Não sei se está no estado normal"
Dudu entrou no debate em seguida e questionou a postura de alguns. "Alguns, eu acho que fazem pronunciamento de uma forma que, não sei, não sei se está no estado normal. Parece que não estão bem no estado mental, se teve alguma interferência externa orgânica. O que se está discutindo é a vida do povo de Teresina. Vou continuar repudiando sim, se tirar dinheiro da zona Norte para Strans".
"É só falar mal do governador, que ficam incomodados"
Na réplica, Italo Barros foi tão enfático quanto da primeira vez. "Querem tirar a palavra patrocínio, para justificar quebra de decoro. É só falar mal do governador, que junta um ou dois aqui que já ficam incomodado. É uma coisa surpreendente. Se juntar todos os discursos, todos os ataques que alguns vereadores fizeram, que se for tirar o decoro, nem o pronunciamento deles, metade ou todo, não pode ser colocado. E bom retirar até o vídeo do youtube, viu seu presidente".
E explicou, como pediu Major Paulo Roberto, sobre o orgasmo mental, que nada mais é do que a sensação de prazer. Prazer em fazer críticas ao prefeito Firmino. "Vereador nenhum tem moral para vir querer me criticar e me crucificar por alguma coisa, principalmente aqueles, que todo mundo sabe do seu passado, sabe do seu presente e o que aqui faz. Então, é muito bom ter cuidado com as palavras, porque se for para baixar o nível, a gente baixa. Agora, eu fico assim muito surpreso, o governador deve ser muito bom. Gente, pelo amor de Deus. Esse governador é bom demais, porque na hora que a gente fala aqui, ave maria.. ave maria. Bora trabalhar, vereador, tem mais futuro que querer me criticar"
No fim, a proposta da prefeitura foi aprovada com 20 votos favoráveis. No grande expediente, Italo Barros e Paulo Roberto tentaram afastar o clima de embate entre os dois, ao dizer que tudo não passou de discussão normal entre governo e oposição.