Fotos: Yasmim Cunha/Cidadeverde.com
O homem apontado pelo Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) como falso delegado de polícia, identificado como Afonso Soares Brandão Júnior, foi preso novamente nesta quinta-feira (27) na zona Norte de Teresina após cumprimento de mandado por extorsão e estelionato. A prisão foi feita mais uma vez pelo Greco.
O suspeito havia sido preso há duas semanas. No apartamento onde estava, foram encontrados uma pistola calibre 380, carregadores, colete a prova de bala, carteira de delegado, algemas, munição e distintivo. O Conselho de Detetives Particulares chegou a contestar a prisão. Em resposta, o advogado de Afonso Soares afirmou que o suspeito tem direito reconhecido por lei de ter o título de delegado.
Com a prisão dele no dia 12 de fevereiro, foram ouvidas oito pessoas que procuraram o Greco alegando terem sido vítimas de golpe. “Pessoas alegaram estelionato na medida em que ele se apresentava como advogado, usava a sala da OAB do Tribunal de Justiça para receber as pessoas, para dar uma sensação de que ele era advogado”, contou o delegado Tales Gomes, do Greco.
Afonso Soares é suspeito de receber dinheiro para dar entrada em processos que nunca eram iniciados na Justiça. “Ele sumia com o dinheiro e não dava mais satisfação. Foram ouvidas também pessoas que foram ameaçadas por ele. No caso foi configurado um crime de extorsão e também casos dele se apresentando como polícia e entrando na residência das pessoas”, informou o delegado do Greco.
O inquérito deve ser concluído em 10 dias e o suspeito pode responder por estelionato e extorsão. “Ele já foi interrogado e será levado para a audiência de custódia nesta sexta-feira (28)”, disse o delegado Tales.
Ainda de acordo com o Greco, o falso delegado ameaçou uma das vítimas após ser liberado da primeira prisão acreditando que ela teria o denunciado.
Sem registro na OAB
De acordo com a Ordem dos Advogados Brasil no Piauí, Afonso não tem registro para advogar. Ele não possui inscrição na OAB do Piauí e nem em outras seccionais, após pesquisa no Conselho Nacional de Advocacia.