Foto: arquivo Câmara Federal
O presidente Jair Bolsonaro deve indicar até amanhã o novo ministro da Educação, depois da nomeação de Carlos Alberto Decotelli que sequer chegou a se materializar, já que não assumiu formalmente o MEC. As especulações sobre a escolha apontam um favorito: Anderson Ribeiro Correia, que já foi presidente da Capes e hoje é o reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). Mas ele sofre ataques e desgastes por ser muito ligado à ala militar, e a lista de cotados inclui inclusive o piauiense Hugo Napoleão.
A inclusão de Hugo na lista foi noticiada pelo jornal O Globo. Em matéria assinada por Naira Trindade e Paula Ferreira, o jornal carioca informa sobre o leque de nomes baralhados pelo presidente da República: “Até o nome de um ex-ministro da Educação do governo José Sarney está em debate. Hugo Napoleão, que comandou a pasta de 1987 a 1989, aproximou-se de Bolsonaro quando os dois eram deputados e é considerado por aliados um amigo do presidente”, diz a reportagem.
A opção preferencial por Anderson Ribeiro Correia perdeu força diante da intenção de Bolsonaro de dar demonstrações de que deseja um nome efetivamente técnico. O atual reitor do ITA está nessa conta. Mas a indicação dele pode ser lida como fortalecimento da ala militar, o que anularia o aceno técnico. Daí, a lista de alternativas segue grande. Além de Anderson e Hugo Napoleão, fazem parte da relaçã os nomes de Sérgio Sant’Ana, ex-assessor de Weintraub, e Ilona Becskeháky, atual Secretária de Educação Básica. Os dois têm aval da ala olavista – o que hoje ser um apoio que tira força.
A expectativa é que o nome do novo titular do MEC saia nesta sexta-feira.
‘Estou tão quieto na minha advocacia’, diz Hugo
A coluna entrou em contato por WhatsApp com Hugo Napoleão, que foi governador do Piauí. Ele respondeu com um “Meu Deus. Estou tão quieto na minha advocacia”. O piauiense tem escritório em Brasília, com atuação advocatícia nos tribunais superiores. Mas preserva fortes vínculos com a política, mantendo conversações sistemáticas com lideranças no Congresso e também com nomes como o governador do DF, Ibaneis Rocha.
O currículo de ugo Napoleão é considerado robusto. Ele foi deputado federal pelo Piauí em três mandatos, duas vezes senador e também governador do Estado em duas oportunidades. Além de ministro da Educação, foi ainda ministro das Comunicações (com Itamar Franco) e ocupou o ministério da Cultura. Ele tem filiação ao PSD e trânsito no mundo político de Brasília.