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Os trabalhadores do transporte coletivo urbano de Teresina paralisaram, nesta terça-feira (24), alguns ônibus dos consórcios Sul e Urbanus. Segundo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintetro), as garagens das empresas foram bloqueadas por conta de funcionários em situação irregular e acordos que não estão sendo cumpridos pelos empresários.
"Começamos a parar hoje os veículos irregulares, com relação a carteira de trabalho não assinada, aquelas vencidas, terminais de ônibus funcionando sem nenhum suporte ao trabalhador. De manhã paramos mais de 30 ônibus, porque estão todos com diaristas, sem carteira assinada”, disse Antônio Cardoso, presidente da entidade sindical.
O assunto seria discutido nesta manhã de hoje com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Setut) e com os desembargadores Manoel Dias e Liana Chaib, na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), mas a ausência de representantes da Prefeitura de Teresina adiou as negociações para a quarta-feira (25).
A categoria, que chegou a grevar por 22 dias, retornou às atividades no último dia 12 de abril após a assinatura da convenção coletiva. O acordo garantiu salários de R$ 2.000 para motoristas, R$ 1.231,00 aos cobradores e R$ 1.325,00 para fiscais, além de auxílio-alimentação de R$ 170 e auxílio-saúde de R$ 60, que não eram pagos desde 2020.
O Sintetro alega que parte desses valores deveria ter sido paga na última sexta-feira (20), o que não ocorreu. “Seria 40% agora e os outros 60% no quinto dia útil, que é quando entram os auxílios de alimentação e de saúde. A questão é que precisamos dar entrada no nosso plano de saúde e não temos como fazer essa adesão”, afirma Cardoso.
Greve descartada, por enquanto
Mesmo sem vislumbrar um novo movimento grevista da categoria, o Sintetro ressalta que seguirá impedindo a circulação de veículo até a regularização dos trabalhadores. "Não podemos fazer greve porque eles têm até o quinto dia útil para fazer o pagamento, mas podemos parar os veículos irregulares, porque está na convenção”, explicou o presidente.
Embora abertos a novas negociações para a assinatura da carteira dos trabalhadores e para o pagamento de uma parte dos salários, motoristas e cobradores criticaram a forma como vem sendo tratada pelas empresas do sistema de transporte urbano da capital. A avaliação da categoria está sendo “usada” pelos empresários.
"Fomos usados para cobrar a prefeitura. A prefeitura fez o repasse, estamos com a nota. Eles pagaram na sexta-feira (20), eles [empresários] disseram que pagariam na segunda-feira (23) e até hoje (24) não pagaram. Só nós cedemos. Fica difícil. Só querem que a gente ceda, e a população fica penalizada”, concluiu Antônio Cardoso.
Setut responde
Em nota, o Setut disse que o repasse feito pela Prefeitura de Teresina na última sexta-feira (20) aos 04 consórcios, referiram-se ao acordo pactuado no mês passado, onde a gestão municipal deve repassar R$ 850 mil mensais, até o dia 04 de cada mês, para as empresas poderem pagar os salários dos seus colaboradores.
"Esse repasse feito na sexta-feira passada referiu ao mês de abril/22, o qual deveria ter sido feito até o dia 04/5/22. Infelizmente, pela segunda vez consecutiva, foi repassado com atraso", disse o órgão.
Ainda de acordo com o Setut, a convenção coletiva de trabalho assinada para 2022, inclusive pelo presidente do Sintetro, não estabelece a obrigação das empresas fazerem adiantamento salarial. "Os diretores do Sintetro estão exigindo condição não acordada, ou seja, sem nenhuma obrigação por parte das empresas", esclareceu o Sindicato.
fonte cidadeverde.com