quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Sindicato denuncia trabalho escravo em empresa da limpeza pública de Teresina


Sindicato denuncia trabalho escravo em empresa da limpeza pública de Teresina

Da Redação do Portal AZ

Uma denúncia protocolada na Superintendência do Regional do Trabalho (SRTE) dá conta de que a empresa Revita, que faz limpeza urbana de Teresina, está estendendo a jornada de trabalho sem pagar hora extra, não pagar o ticket alimentação e o vale-transporte, além de promover assédio moral e trabalho em condições ‘subumanas’.
O Sindicato usou o termo “sistema de escravidão” para se referir às condições em que os trabalhadores da limpeza pública de Teresina estão trabalhando.

O atraso no pagamento dos vales-transporte e alimentação já estaria completando um mês. Além disso, a empresa estaria pagando a uns trabalhadores e a outros não, o que, segundo o sindicato, cria um ambiente de transtorno entre os empregados.

Os trabalhadores da empresa denunciada somam 1.016 pessoas, incluindo mulheres admitidas na varrição de ruas.

Segundo a denúncia encaminhada à SRTE, os trabalhadores cumprem jornada de trabalho diária muito acima da máxima permitida pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. Segundo a denúncia, os trabalhadores deveriam deixar os pontos de transporte às 7 da manhã e retornar às 15h20, mas somente voltam às 16h30 – ou nove horas e meia depois do início da jornada.

Os trabalhadores, diz o sindicato, assinam o livro de ponto “já com todos os pontos preenchidos de maneira uniforme às 15h20, desvirtuando a realização de horas suplementares”.

O sindicato denuncia também que nos ônibus onde são levados aos locais de trabalho, os trabalhadores viajam junto com equipamentos e ferramentas, como máquinas roçadeiras, facões, enxadas e até líquidos inflamáveis, como gasolina.

Outro problema seria do fornecimento de equipamentos de proteção individual inadequados e em quantidade insuficiente para as tarefas de limpeza, como luvas de tecido em vez de luvas impermeáveis que evitam risco de contaminação biológica dos garis.

O vestuário também seria inadequado. O Sindicato reclama do fornecimento de roupas em tactel, que é um tecido sintético, que por isso mesmo aumentaria a sensação de calor.

O não pagamento de benefícios como o vale-transporte e o vale-alimentação, de acordo com a denúncia do sindicato, reforçaria o assédio moral e o desrespeito à dignidade da pessoa humana, diz o Sindicato, que pediu providências e fiscalização à superintendente regional do Trabalho e Emprego no Piauí, Paula Mazullo.

Veja abaixo o documento encaminhado para o Ministério do Trabalho