Rejane: “Jesus Rodrigues se precipitou. A nossa estratégia estava certa”
Rejane avalia que o PT acertou na estratégia e afirma que Jesus se precipitou
A deputada estadual Rejane Dias (PT) foi a candidata mais votada na disputa por uma das 10 vagas de deputado federal na eleição geral deste ano, com o total de 134.157 mil votos. Em entrevista ao Jornal ODIA, Rejane, que é esposa do senador Wellington Dias (PT) eleito governador, avalia a estratégia utilizada pelo Partido dos Trabalhadores que conseguiu manter as duas vagas da legenda na Câmara Federal, mas provocou um racha entre Wellington e o deputado federal Jesus Rodrigues (PT), que desistiu de ser candidato em protesto contra a candidatura da deputada. Rejane avalia que o PT acertou na estratégia e afirma que Jesus se precipitou. A parlamentar afirma que, na Câmara, irá trabalhar em defesa da pessoa com deficiência e para a realização da reforma política. Segundo a deputada do PT, sem uma reforma profunda não será possível acabar com a corrupção no país. Rejane Dias se manifesta contra o financiamento privado de campanha com as doações por meio de empresários. Confira a entrevista:
A senhora foi a candidata mais votada para a Câmara Federal e tem um trabalho na Assembleia Legislativa reconhecido em defesa dos direitos das pessoas com necessidades especiais. Essa bandeira da pessoa com deficiência foi decisiva para essa votação expressiva?
Na Câmara Federal pretendo continuar o trabalho que desenvolvi na Assembleia Legislativa e que foi bem avaliado. A prova disso é o resultado que nós tivemos nas urnas. É o reconhecimento pelo trabalho que eu venho fazendo desde quando fui secretária estadual de Assistência Social na SEIDSecretaria para Inclusão da Pessoa com Deficiência. A preocupação foi consolidar todo o trabalho voltado para pessoa deficiente como políticas de estado para garantir a continuidade destes direitos. Nosso empenho foi muito grande e reconhecido. Também trabalhamos para aperfeiçoar a legislação. Um dos nossos últimos trabalhos na Assembleia é a conclusão do Estatuto da Pessoa com Deficiência. O Estado do Paraná foi o primeiro a contar com uma legislação neste sentido, um estatuto próprio assegurando direitos para a pessoa com deficiência. No Piauí temos leis importantes nesta área, mas que estão soltas, feitas de forma isoladas, algumas criadas por mim outras são dos demais parlamentares, mas nós precisamos reuni- -las em um só estatuto, dessa forma fica mais fácil para o operador de direito aplicar essa legislação. As pessoas com deficiência terão mais facilidade de localizar essas leis e cobrar a aplicação. Esse estatuto foi elaborado depois de percorremos todo Piauí realizando audiências públicas. Tivemos uma fase de consulta que está no MPMinistério Público do Piauí para a fase de revisão e será dada entrada na Assembleia Legislativa. Serão mais de 120 artigos dessa lei representando uma grande conquista. O Estado do Piauí será o segundo a contar com um Estatuto da Pessoa com Deficiência. Esse foi um dos compromissos que nós assumimos quando concorrermos à vaga de deputada estadual ainda em 2010. Vamos levar esse modelo para todo o Brasil.
Além da bandeira da pessoa com deficiência, que outras linhas de trabalho pretende realizar na Câmara Federal?
Como deputada federal, além do trabalho voltado para pessoa com deficiência, onde pretendo levar esse modelo para todo o Brasil, irei defender a aprovação da reforma política. Só esta reforma irá nos proporcionar as bases para acabarmos com a corrupção no Brasil. Essa é uma forma de democratizar o sistema político brasileiro. Eu lutarei com um foco grande na defesa da reforma política. Nós defendemos o fim do financiamento privado de campanha. Entendemos que o financiamento deve ser público. É preciso acabar com a doação de empresas. Isso já é um passo para acabar com a corrupção. Esse tem sido um dos focos do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e durante toda campanha ela colocou que aquele que insistir em caminhar pela trilha da corrupção será punido. Como deputada quero implementar a Frente Parlamentar de Combate as Drogas. O Brasil vive uma verdadeira epidemia de drogas, essa é outra questão que vamos abordar em Brasília. O aumento da criminalidade está muito associado ao consumo de drogas, precisamos melhorar a legislação. Vamos levar para discussão a questão da redução da maioridade penal. A população vive amedrontada com a falta de segurança. Iremos buscar leis para que possamos ter uma condição melhor na questão da repressão, prevenção e tratamento da pessoa usuária de drogas. Esse foi um compromisso assumido na campanha. Ainda na área da pessoa com deficiência, existe uma legislação estadual que garante a redução da carga horária de trabalho para os pais que possuem filho com deficiência de 50%, principalmente nos casos mais graves como a deficiência intelectual. Essas crianças necessitam de uma dedicação maior, acompanhamento especial na escola como na assistência médica. Mas o servidor público federal ainda não tem esse benefício. Quando eu iniciar como deputada federal, quero fazer um trabalho semelhante ao que foi feito no Piauí, para que o servidor federal possa ter acesso a esse benefício.
A senhora é cotada para assumir a Secretaria de Saúde. Existe essa possibilidade de assumir esta pasta ou outra oferecida pelo governador eleito Wellington Dias (PT)?
Eu fui eleita para durante quatro anos trabalhar como deputada federal. Vou prosseguir no meu mandato. É evidente que o senador Wellington Dias (PT) ainda não tem falado sobre quem vai assumir cargo A ou B no Governo. O foco de Wellington neste momento é a campanha de segundo turno da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição. Esta questão de discussão de cargos é algo que vai ser tratado mais na frente, quando esse processo de campanha for realmente encerrado. Então neste momento eu estarei assumindo o meu mandato. Não discutimos cargos neste momento. Não temos conversado sobre isso. O senador não tem pautado essa conversa de cargos sobre quem vai para a Secretaria de Saúde ou Educação. Neste momento o que eu tenho em mente é o mandato.