Caso Makelly: Advogado alega que juiz foi induzido ao erro
De acordo com o advogado, a polícia não tem provas suficientes para prendê-lo.
O Advogado de defesa Ednaldo Cerqueira afirmou, em entrevista ao Portal, que a prisão de Luis Augusto Antunes, 31 anos,acusado de ter assassinado a travesti Makelly Castro no setor industrial de Teresina em julho do ano passado, foi uma falha de investigação e que o Juiz Luiz Moura foi induzido ao erro.
“Estamos na semana da diversidade. Teresina hoje é o foco da região Nordeste dos movimentos LGBTs. Vamos ter uma passeata domingo. Este caso está há um ano sendo investigado e o Estado nunca deu uma resposta. Pegaram um cidadão, pai de família, pai de dois filhos, professor, estudante de mestrado para ‘boi de piranha’, disse o advogado.
Advogado Ernaldo Cerqueira
De acordo com o advogado, a polícia não tem provas suficientes para prendê-lo. Ednaldo afirmou que não existem laudos técnicos periciais como DNA ou digitais que poderiam estar no corpo da vítima, o que comprovariam a autoria do crime. Para ele, a polícia está se embasando apenas em um veículo.
“As provas que a polícia está apontando é um carro, um palio vermelho, que é comum aqui em Teresina. A placa do veículo levou a um amigo de Luis, o qual ele prestava favor como motorista. Essa pessoa foi chamada para depor e ele garantiu para a polícia que o Luis nunca pegou nesse carro a noite”, relatou Ednaldo, reafirmando que o acusado estava em casa, com a família, na noite do crime e que ele sequer conhecia Makelly.
Há 45 dias, Luís Antunes (foto ao lado) foi chamando para comparecer a polícia, pois duas pessoas afirmaram ter visto o assassino de Makelly no dia do crime. Mas, segundo o advogado, as testemunhas não reconheceram o acusado como criminoso.
A defesa vai agora pedir na justiça a revogação da prisão, alegando a insuficiência de provas para prisão temporária. “Ele está muito abalado psicologicamente. Ele está sofrendo de depressão desde quando o nome dele foi ventilado nessa história. Estamos cuidando dele para ele não sofrer sequelas. O Estado tem que ser penalizado, os Agentes públicos tem que ser penalizados também”, finalizou o advogado.
Entenda o caso
Na manhã do dia 18 de julho do ano passado, populares encontraram o corpo de Makelly Castrocaído próximo a uma empresa de call center no Setor Industrial de Teresina. A perícia feita pela polícia à época constatou que a causa da morte foi asfixia mecânica com obstrução da boca e do nariz da vítima. O crime causou comoção na sociedade teresinense que se mobilizou em um ato intitulado 'Somos Todos Makelly'. O manifesto teve o objetivo de chamar a atenção para o respeito à pessoa humana travesti e homossexual.