Fábio Abreu diz que recompensa ilegal de "espólio de guerra" é vergonhosa na PM
O secretário de Segurança Pública, Fábio Abreu, condenou nesta quinta-feira (21) uma prática que foi batizada pelos policiais de "espólio de guerra" durante assaltos a bancos.
A ação ilegal diz respeito quando o policial se apropria de dinheiro de assaltos como espécie de recompensa pela apreensão do material e prisão dos criminosos.
O "espólio de guerra" - pratica conhecida em São Paulo e Rio de Janeiro - teria ocorrido durante a tentativa de assalto ao Banco do Nordeste na última terça-feira (19). Aproximadamente R$ 300 mil sumiram após apreensão do dinheiro. Dois policiais militares - um cabo e um soldado - foram presos suspeitos de se apropriarem do dinheiro do banco e não preservarem a cena do crime. O comandante e o Sub do 5º Batalhão foram afastados.
"O espólio de guerra é preciso ser combatido e é vergonhoso. A orientação que dei ao comandante geral da Polícia Militar é que comprovando o crime, os policiais devem ser expulsos", disse Fábio Abreu.
O secretário lembrou do assalto ao banco de Luzilândia, quando ele fazia parte do grupo de elite Rone. Na época, foram recuperados R$ 1 milhão no meio da mata. Ele disse que chegou a avisar que se visse alguém desviando o dinheiro atiraria contra quem fizesse essa investida.
Ele recordou que antes policial militar era expulso da corporação mais facilmente. Agora, a cassação do ofício é mais rigorosa e que o policial tem ampla oportunidade de defesa. Fábio Abreu lembrou de um episódio famoso nos bastidores da polícia sobre a expulsão militar simplesmente porque ele multou um coronel.
Para o secretário é preciso acreditar nos policiais de boa índole e de caráter. Ele ressalta que, às vezes, o policial que combate a corrupção fica isolado, mas a vida no crime não compensa para nenhuma profissão.
Sobre a investigação ao assalto ao BNB, Fábio Abreu disse que o Greco dará uma resposta sobre a ação criminosa. Segundo o secretário, a quadrilha que tentou assaltar o BNB é de piauienses.
Segundo o secretário, a informação obtida pela polícia é que no BNB tinha R$ 800 mil. A investigação da Corregedoria e do Greco apura o sumiço de R$ 300 mil.