Caso Iarla: Ministério Público denuncia oficial do Exército por crime de feminicídio
O crime que vitimou a estudante de arquitetura completa um mês na próxima quarta-feira(19)
O promotor de Justiça Ubiraci Rocha apresentou à Justiça, nesta segunda-feira (17/07), denúncia de assassinato na modalidade feminicídio contra o oficial do Exército José Ricardo da Silva Neto, 22 anos, pelo assassinato da estudante de arquitetura Iarla Lima Barbosa, de 25 anos, e pelos crimes de lesão corporal de natureza grave contra Ailana Lima Barbosa (irmã de Iarla) e Joseane Mesquita da Silva (amiga de Iarla). Os crimes, que ocorreram na madrugada do dia 19 de junho, completam um mês na próxima quarta-feira.
Pelos detalhes do assassinato e das lesões corporais, o representante do Ministério Público Estadual não tem dúvida que o acusado agiu premeditadamente, por motivo torpe, requintes de crueldade e que os crimes aconteceram em razão do tenente do Exército se sentir “dono” de Iarla, o que caracteriza o crime de feminicídio.
Tudo começou no bar Bendito Boteco, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, na zona leste de Teresina. Naquela noite, Iarla foi convidada pelo oficial para se divertirem. Os dois foram. Juntos, levaram Ailana e a amiga Joseane.
Descontraidamente, no bar, Iarla dançou com amigos. E foi exatamente por dançar com rapazes amigos, que, inclusive, estavam na mesma roda de diversão, que Silva Neto teria encontrado motivação.
Relata o promotor Ubiraci que o oficial se disse estar passando mal para atrair Iarla até o carro. Lá, ele tinha uma arma escondida. Até entrar no veículo, o oficial e a estudante estavam “num a boa”, abraçados e conversando.
Quando entraram no veículo, Silva Neto se armou e disse que não era bobo. Atirou sem piedade em Iarla e nas duas jovens que estavam no banco traseiro do carro.
Iarla foi conduzida, já morta, no banco de passageiro, até o apartamento do acusado, no Cajuína Residence, no bairro Santa Isabel, na zona leste da capital.
As outras duas vítimas conseguiram sair do veículo e deram entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Elas conseguiram sobreviver e disseram à polícia que não entendem, até hoje, as causas do assassinato de Iarla. “Eu não acredito que tudo isso aconteceu, penso que ela ainda vai voltar a qualquer hora”, disse a irmã sobrevivente.
O oficial se encontra preso em uma cela no 2º BEC. Ele deverá ser expulso da corporação, além de responder criminalmente pelo crime de feminicidio.