sábado, 16 de novembro de 2013

Teresina vai decretar situação de emergência por causa da seca, pela 1ª vez


Teresina vai decretar situação de emergência por causa da seca, pela 1ª vez

Teresina vai decretar situação de emergência por causa da seca, pela 1ª vez na história
O prefeito Firmino Filho (PSDB) vai decretar situação de emergência em Teresina por causa da seca, que destruiu as plantações da zona rural e está provocando uma série de transtornos de falta de água com a queda brusca no nível das água dos poços que abastecem a zona rural.
Em entrevista ao Jornal Meio Norte, o superintendente de Desenvolvimento Rural, Paulo Lopes, informou que dos 15 municípios que formam a Ride (Rede Integrada de Desenvolvimento) da Grande Teresina 11 já decretaram situação de emergência por causa da seca.
“Normalmente a gente fica fora da seca, colocam a gente foca, mas agora não é assim. A Ride (Rede Integrada de Desenvolvimento) da Grande Teresina, da qual a capital faz parte, dos 15 municípios, 11 já estão em situação de emergência por causa da seca, decretaram situação de emergência. Teresina não entra, mas se os municípios estão no entorno de Teresina, a capital tem que entrar. Os problemas que os municípios do entorno de Teresina têm, Teresina também está enfrentando”, declarou Paulo Lopes.
É a primeira vez na história que Teresina vai ter decretada situação de emergência por causa da seca e de problemas de abastecimento de água.
A situação fez com que Firmino Filho visitasse, acompanhado de Paulo Lopes, os povoados rurais de Teresina, que estão enfrentando problemas de abastecimento de água.
Na Serra Dourada, no povoado Soinho, na zona rural de Teresina, um poço foi cavado até 200 metros de profundidade para atingir o nível da água.
Meio Norte – Como está a zona rural de Teresina?
Paulo Lopes – Tem muita demanda. Temos presença na zona rural na parte de infraestrutura, de obras como na parte de mobilidade. Estamos executando asfalto em algumas estradas, estamos recuperando outras e tem a parte de abastecimento de água. Estamos implantando alguns sistemas de abastecimento de água com recursos do Orçamento Popular ou com recursos próprios. Temos um convênio com a Funasa (Fundação Nacional de Saúde), de R$ 3,5 milhões. Nós estamos em andamento com esse convênio.
Meio Norte – O que prevê esse convênio?
Paulo Lopes – A instalação de reservatórios de 50 mil litros de água e implantação de rede de distribuição de água domiciliar. São várias comunidades, como a da região da Boa Hora, da região da Cacimba Velha, Baixão, Taboquinhas até chegando na Fazenda Nova. Temos também a região da Lagoinha, na Estaca Zero, na zona Sudeste, e temos também a região do Soinho.
Meio Norte – Os moradores dos povoados da zona rural reclamam que suas demandas não são atendidas. Como é possível enfrentar essa situação?
Paulo Lopes – Eles contam justamente com a presença da Prefeitura de Teresina, através da SDR (Superintendência de Desenvolvimento Regional). Inclusive, ontem, nos tivemos com o prefeito fazendo visitas a várias obras. Começamos pela zona Oeste e fomos até a zona Sudeste. Essas demandas realmente existem. A zona rural hoje é muito grande, tem muitos assentamentos. É uma demanda muito grande, mas a SDR tem uma estrutura e está presente. Hoje, uma das maiores demandas que existe é a parte de abastecimento de água. A gente reconhece as demandas e estamos enfrentando. Temos problemas com os poços, que estão baixando de nível de nível d´água.
Meio Norte – Os poços de Teresina estão baixando de nível d´água em consequência da seca?
Paulo Lopes – A Eletrobras, infelizmente, está causando um problema seríssimo e que as bombas ficam permanentemente dando problemas, queimando os quadros de comando. Por que? Porque a energia não está dentro das especificações adequadas. Ela está bem abaixo e, por conta disso, aquece o quadro, queima disjuntor e a gente tem que estar permanentemente dando manutenção no sistema.
Meio Norte – Então a seca que atinge todo o Piauí e Nordeste, atinge Teresina?
Paulo Lopes – Normalmente a gente fica fora da seca, colocam a gente foca, mas agora não é assim. A Ride (Rede Integrada de Desenvolvimento) da Grande Teresina, da qual a capital faz parte, dos 15 municípios, 11 já estão em situação de emergência por causa da seca, decretaram situação de emergência. Teresina não entra, mas se os municípios estão no entorno de Teresina, a capital tem que entrar. Os problemas que os municípios do entorno de Teresina têm, Teresina também está enfrentando. Na zona rural existe muita demandas, temos muitos problemas.
Meio Norte – Qual a profundidade dos poços para se conseguir água na zona rural de Teresina?
Paulo Lopes – Essa profundidade varia de local para local. A média são cem metros de profundidade, tem alguns com 150 metros de profundidade. Recentemente, nós perfuramos um poço com aproximadamente 200 metros de profundidade, no Soinho, na Serra Dourada.
Meio Norte – Teresina tinha essa realidade de ser atingida pelas secas do Piauí e do Nordeste?
Paulo Lopes – Na realidade, se deve, segundo os geólogos, que a gente consulta, é exatamente por falta de chuvas, que caíam normalmente. Por conta dessas poucos chuvas, da pouca água baixa o nível dos poços.
Meio Norte – Existe um fluxo da zona urbana para a zona rural de Teresina?
Paulo Lopes – A zona rural de Teresina está muito habitada. A gente até fica se questionando em relação ao Censo, que diz que a zona rural de Teresina tem 46 mil habitantes, mas a gente vê a presença de muitas chácaras, muitos sítios. Nos finais de semana, a grande maioria das pessoas da zona urbana para as chácaras na zona rural. A Prefeitura tem que entrar com o apoio., tanto na parte de abastecimento como na melhoria das estradas. Essas pessoas entram dentro dessas demandas da zona rural. Muita gente tem sítios, tem chácaras nas zonas rurais. Muitas pessoas, por causa do acesso mais fácil, da construção e pavimentação asfáltica de algumas estradas, muitas pessoas estão morando na zona rural, realmente.
Meio Norte – Que arranjos produtivos estão se desenvolvendo na zona rural?
Paulo Borges – Os arranjos produtivos estão se desenvolvendo. Nós estamos dentro da Ride com R$ 7,7 milhões, sendo que R$ 3,850 milhões estamos destinando a arranjos produtivos locais; e R$ 3,850 milhões estamos colocando para o associativismo e o cooperativismo. Por que? Porque a gente quer dar apoio a esses arranjos produtivos, dando ocupação, trabalho e aproveitando as áreas que foram iniciadas, principalmente as áreas que estavam abandonadas. As áreas do Cinturão Verde, que foram implantadas em 2003, estão praticamente paradas. Têm poços, cercas e energia, mas não estão funcionando e a agora está querendo reestruturar em parceria com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR). Essas áreas fazem parte da SDR do Estado e estamos fazendo parcerias para revitalizá~las, assim como os campos agrícolas que a Prefeitura tem na zona rural.

fonte meionorte.com