Advogados agiam em 9 cidades e podem ter roubado até R$ 6 milhões
Acusados poderão responder pelos crimes de associação criminosa, crime contra administração pública, estelionato, tergiversação e fraude processual
O promotor Rômulo Cordão informou que das sete prisões que ocorreram na manhã desta quinta-feira (26/03), realizada em cumprimento aos mandados que visavam prender os um grupo de advogados acusados de estelionato no Sul do Piauí, três deles foram soltos logo após prestarem depoimentos.
Segundo ele, a operação "Serendipta", foi deflagrada após um ano e três meses de investigação, e somente no ano de 2014, a quadrilha conseguiu arrecadar R$ 1,2 milhões de aposentados que realizavam empréstimos.
Ao longo de quase cinco anos de atuação na região Sul, o grupo poderá ter conseguido arrecadar pouco mais de R$ 5 milhões. Segundo a polícia, eles agiam nos municípios de Sebastião Barros, Riacho Frio, Monte Alegre, Redenção do Gurguéia, Gilbués, Curimatá, Cristalândia e Parnaguá, além de Corrente, cidade na qual a operação foi deflagrada.
Segundo o promotor, os advogados Gustavo do Val Nogueira, Henrique Paranaguá e André Rocha, além da mulher identificada como Nalbia da Silva Ferreira, poderão responder pelos crimes de associação criminosa, crime contra administração pública, estelionato, tergiversação e fraude processual.
Os acusados agiam da seguinte maneira: prometiam cancelar empréstimos de idosos, mas na verdade realizavam novos, fazendo inclusive com que as vítimas lesadas mentissem junto à justiça dizendo que não haviam realizado empréstimos e que queriam cancelar, possibilitando assim um aumento de crédito para um empréstimo futuro.
Pessoas contratadas pelo grupo realizavam um levantamento e abordavam os idosos que estavam em situação de pendências com os bancos. Após a abordagem, os advogados passavam a agir no sentido de realizar novos empréstimos, fazendo o contrário do que haviam acordado com as vítimas. Todas as vítimas, que a polícia ainda não tem um levantamento exato de quantas foram, são analfabetos ou semianalfabetos.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí (OAB-PI), disse que já abriu um processo administrativo para investigar todos os acusados.