quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

“Corpo foi crescendo, e o crânio não” conta mãe de bebê com microcefalia


“Corpo foi crescendo, e o crânio não” conta mãe de bebê com microcefalia

Mulher descobriu que filha tinha microcefalia no 7º mês de gravidez.

A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde emitiram nesta terça-feira (1) um alerta mundial que reconheceu pela primeira vez oficialmente a relação entre o zika vírus e os casos de microcefalia. Ainda sem muitas informações, o surto de microcefalia no Nordeste assusta as gestantes piauienses que, em parte, não sabem o que podem fazer para prevenir. No Piauí, 36 casos foram confirmados somente este ano.
A dona de casa Tábata Sousa é mãe de duas filhas. A mais nova herdeira tem um mês de vida e nasceu com microcefalia. “Para mim foi um susto muito grande, pois já estava no sétimo mês de gestação quando descobrimos a microcefalia. Foi difícil, porque os ultrassons no começo estavam normais e eu descobri já perto do nascimento dela. Mas agora estamos dando todo o amor que ela merece”, conta.
Foto: Elias Fontinele/ODIA
Tábata teve os sintomas do zika vírus no começo da gestação. Ela afirma que a filha nasceu no dia primeiro de novembro e que na mesma semana em que descobriu a má formação cerebral da Maria Ísis, mais quatro casos foram confirmados de bebês de mães que já tiveram a virose. “A descoberta sobre a microcefalia foi estranha porque eu achava que estava tudo bem, quando o corpo dela começou a crescer, mas o crânio não”, comenta.
A mãe ainda relembra que no período da gravidez, ninguém sabia sobre a relação da microcefalia com o zika vírus. “As mães precisam saber sobre esse novo perigo que o mosquito da dengue também traz”, comenta. Apesar do susto, Tábata relata que tem recebido apoio de amigos e familiares. “Maria Ísis é linda e merece todo amor e cuidado. Estamos acompanhando cada passo dela com a ajuda médica”, finaliza. 
Falta informação
A bibliotecária Cláudia Lima está grávida há seis meses e espera a chegada da Lídia Maria. Ela conta que a falta de informações acerca da nova virose é o que mais aflige as gestantes. “O primeiro trimestre é o período de formação do bebê e nessa fase os riscos são maiores. No entanto, não consigo deixar de ficar preocupada porque, ao perguntar a minha médica se minha filha estava fora de risco, ela não soube me responder”, ressalta.
A mãe destaca que é preciso que as gestantes sejam alertadas sobre o perigo de ser picada pelo Aedes aegypti. Ela afirma também que é importante que elas sejam orientadas sobre o que é a microcefalia e como cuidar da criança. “Enquanto isso, estou me prevenindo da forma que posso. Eu e meu marido estamos atentos aos possíveis focos de acúmulo de água que possam reproduzir o mosquito. Além disso, minha médica orientou o uso do repelente especial para grávidas e o uso de roupas longas”, reitera.

fonte portal o dia