quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Agentes não impedem motim na Casa de Custódia por falta de armamento


Agentes não impedem motim na Casa de Custódia por falta de armamento

Sem munições, policiais fizeram apenas o isolamento externo da área, mas não entram nas celas.

Presos do Pavilhão D deram início a um motim na noite desta quarta-feira (13) na penitenciária Casa de Custódia, em Teresina. Detentos do pavilhão D cavaram um buraco na parede lateral na tentativa de fugir do presídio. Os agente, que não tinham munições no armamento para conter a fuga, acionaram a PM para auxiliar nas ações.
Até o momento, o reforço da Força Nacional pedido pelos agentes penitenciários, por volta das 22h50 de ontem, não chegou à Casa de Custódia. “Não sabemos ainda se houve fuga ou se foi somente uma tentativa de fuga. Os agentes que estavam de plantão fizeram o isolamento da área quando perceberam que os presos estavam quebrando a parede, mas não tinham como entrar e averiguar a situação”, disse Kleiton Holanda, do Sindicado do Agentes Penitenciários (Sipoljuspi).
Três carros da Polícia Militar foram na penitenciária e ajudaram no isolamento externo da área. “Quando a polícia chegou percebemos que dois carros, um na lateral e outra na BR, na frente da Casa de Custódia, eram suspeitos. Possivelmente eles estariam ali para dar cobertura ao presos na fuga. Foram disparados alguns tiros de advertência e eles saíram em alta velocidade”, relatou.
Cerca de 95 presos que estão alojados no pavilhão D da Casa de Custódia arrancaram as grades de contenção para utilizá-las como escada. Além disso, quebraram tijolos e depois se esconderam no vão da laje do presídio. “Este pavilhão fica próximo ao ginásio, o que ajuda os presos na fuga porque o modelo da arquibancada é antigo, é em forma de degrau. Eles quebram a parede e pulam para a parte externa subindo a escada da arquibancada”, explicou Kleiton Holanda.
A recontagem dos presos só será feita quando os policiais da Força Nacional chegar ao presídio. Atualmente, a Casa de Custódia abriga 880 presos, quando sua capacidade é para apenas 300. Só na última segunda-feira (11) 15 homens foram transferidos para o presídio. “A Sejus está brincando com o sistema prisional. Só serve como cabide de emprego. Não  evoluem, não fazem nada”, finalizou.
Alojamentos
Os agentes penitenciários denunciam a falta de estrutura do prédio da Casa de Custódia. Além da deficiência nos pavilhões, os alojamentos dos policiais civis não possuem condições necessárias para abrigar os servidores.

Com o período chuvoso, a área reservada para os agentes está alagada e apresenta várias infiltrações nas paredes e no teto, que é feito com concreto e tijolos. Com o acúmulo de água na laje, a parte superior do alojamento apresenta goteiras e a tinta começa a soltar.

fonte portal o dia