Usuários esperam mais de 1h por ônibus durante greve
Até a manhã de hoje já foram 115 veículos cadastrados para atender a população durante a paralisação.
No primeiro dia de greve dos motoristas e cobradores de ônibus, os passageiros tiveram que ter paciência para chegar ao seu destino na manhã desta sexta-feira (26). Apenas 30% da frota está circulando na cidade. Até a manhã de hoje, foram 115 veículos cadastrados alternativos para atender a população durante a paralisação.
Fotos: Assis Fernandes/ODIA
Na linha 401, que vai da Universidade Federal ao Centro, o primeiro ônibus só começou a circular a partir das 7h. De acordo com o cobrador do ônibus, a greve começou ainda na madrugada e somente um ônibus dessa linha irá circular durante todo dia. Se não houver negociação, eles devem encerrar o expediente às 18h.
A doméstica Conceição de Sousa afirmou que passou 1 hora na parada à espera do ônibus e ainda não pegou o veículo com destino ao seu emprego. “Eu tive que pegar esse que vai no Centro e depois volta para o bairro. Normalmente eu pego o que faz o trajeto ao contrário, mas não tem esse ônibus hoje. Vou chegar no meu trabalho mais de 10h e meu horário é às 9h”, reclamou.
Os ônibus cadastrados para circular durante a greve não atendem à demanda de passageiros por conta da pouca quantidade de veículos. Com isso, lotam rapidamente, ainda nas primeiras paradas, e muitos passageiros acabam não conseguindo seguir viagem. Os usuários reclamam ainda que os motoristas destes veículos não sabem a rota convencional e ficam pedindo orientação dos próprios passageiros quanto ao local onde devem parar e quais ruas percorrer.
Para alguns mototaxistas, entretanto, a greve não aumentou a procura. Segundo Chagas Ramos, que tem um ponto em frente a uma parada de ônibus na Av. João XXIII, muito ônibus foram cadastrados. “Em anos anteriores esse era um dia bom para ganhar dinheiro a mais, mas esse ano está fraco. Está como um dia qualquer”, relatou. Nesta parada, próxima ao balão do São Cristovão, é comum um grande fluxo de passageiros e de ônibus. Como há várias opções, a espera não tem sido muito grande.
Já no bairro São João, a espera pelos ônibus foi cansativa. A dona de casa Vânia Feitosa ficou na parada cerca de 1h30 para poder chegar ao Centro. Atrasada, a dona de casa reclamou da demora, já que os ônibus com este destino são os que mais passam pelo local.
A Strans alerta os usuários quanto à legalidade dos veículos. Os que foram cadastrados possuem cartazes com a logomarca da Strans, além do número e nome da linha. Quem perceber a circulação de carros ilegais deve ligar para a ouvidoria do órgão no telefone 0800 086 3222 e informar a placa do veículo.
Negociações
O Setut informou ao ODIA que houve uma reunião na noite desta quinta-feira (25) e que a questão do recebimento do reajuste salarial foi acertada entre o órgão e a Strans. A prefeitura se comprometeu em fazer o repasse do valor para pôr fim na greve. De acordo a assessoria do Setut, o impasse agora é sobre o reajuste do plano de saúde. Mas o órgão afirma que a data base para a mudança de valor é apenas em agosto. Uma reunião hoje, ao meio-dia, discutirá o assunto.
Por outro lado, o Sintetro negou todas as informações passadas pela assessoria do Setut e disse que as negociações ainda estão em aberto, ou seja, sem possibilidade de encerrar a greve.
Os trabalhadores reivindicam o cumprimento do acordo feito no ano passado, onde foi decidido o aumento dos salários, o aumento do valor do plano de saúde, a manutenção das paradas finais nos bairros da Capital e o fornecimento gratuito de fardamento. Atualmente, eles pagam pelas fardas utilizadas no expediente.