Ciro e a inconfiabilidade que expõe ingratidão e golpeia a democracia
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) revelou-se como um político inconfiável. Sua postura como liderança na semana que antecedeu e no dia votação do processo de impeachment, sem crime de responsabilidade, da presidente Dilma, na Câmara dos Deputados, mostrou-se pífia, ingrata e descompromissada com a ordem democrática do país.
Às vésperas da votação do impeachment, dos 47 deputados da bancada do PP na Câmara dos Deputados, 34 deles já defendiam o afastamento de Dilma, apenas 9 eram contra e 4 estavam indecisos.
Após essa reunião, o grupo majoritário de deputados do PP comunicou a decisão ao presidente do partido, o senador Ciro Nogueira (PI). Este aliviado, de imediato afirmou que "não cabia outra alternativa ao partido, como seu presidente, acatar a decisão. Hoje o partido solicita aos seus quadros, que pertencem ao governo de Dilma Rousseff, a carta de renúncia", declarou na ocasião.
Na verdade o senador piauiense não mostrou qualquer liderança para impedir o desembarque do seu partido do governo da presidente Dilma. Aliás, Ciro ao perceber que não lideraria seus deputados, de imediato procurou, segundo o Jornal Folha de São Paulo, as escondidas, o vice-presidente conspirador, Michel Temer e negociou o embarque do seu partido num eventual governo Temer-Cunha, apressando-se ainda em orientar a própria esposa, a deputada Iracema Portela, que votasse contra Dilma, para em seguida formatar o apoio integral do PP ao impeachment da presidente sob ameaça de expulsão de quem se posicionasse contra.
Os ex-senadores Mão Santa e Heráclito Fortes com certeza vibraram com a traição de Ciro Nogueira a Dilma e aos petistas, afinal em 2010 este ao aliar com Lula e Wellington os derrotaram e, por tabela, também derrotaram o então candidato petista ao senado federal, Antonio José Medeiros.
Na verdade Ciro Nogueira e o seu PP, após se lambuzar de cargos, verbas e recursos oriundos do governo federal destinando-os as suas bases eleitorais, expôs a fragilidade do governo Dilma no Congresso. Dilma e o PT com certeza, expõem que um dos seus maiores erros - denominado de bobo alegre - foi acreditar, fazer acordos de cúpulas com partidos, do tipo PMDB, PP e PSD.
Com certeza o baixo clero, os pequenos partidos, deputados evangélicos nunca foram prioridades do governo Dilma e do PT nas alianças por maioria na Câmara dos Deputados.
Ciro Nogueira só reproduz o previsível, ou seja, a aliança com os petistas, só existia no pensamento destes últimos. Foi só o barco do governo Dilma ser ameaçado de afundar, o senador não exitou em pular fora e procurar de imediato salvar-se na embarcação movida pelo conluio Temer-Cunha.
Como ficará daqui pra frente a relação do PT e dos governos Wellington Dias e de Dilma com Ciro Nogueira? Será que estes ainda esperam que terão clemência de Ciro e do PP na votação do processo de impeachment da presidente no senado federal?
Será que o senador Ciro Nogueira é um defensor ardoroso e comprometido com a ordem democrática brasileira ou está no senado apenas em defesa dos próprios interesses e da classe social a que pertence?
Será que ele apenas lançou mão de uma "grande esperteza política" para alçar voos mais ousados no futuro? Que outras garantias o senador Ciro Nogueira teve do vice-presidente além do embarque do PP numa gestão Temer-Cunha caso se confirme o afastamento de Dilma pelo senado?
Ciro e a sua esposa Iracema Portela realmente acreditam num futuro promissor para o povo brasileiro aliando-se a Temer-Cunha?