Mãe de garota intoxicada afirma que filha participava de ritual de 'purificação'
A mãe da garota – que está em estado grave após ingerir um líquido em suposto ritual de magia negra – prestou depoimento no 4º Conselho Tutelar de Teresina, e afirmou que a filha participava de uma cerimônia de “purificação”.
A menina de 10 anos deu entrada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) com a cabeça raspada e os braços com cicatrizes com sinal da cruz. Ela continua internada na UTI. Acompanhada de um advogado, a responsável compareceu ao 4º Conselho Tutelar para prestar depoimento e afirmou que ela e a filha frequentavam o centro religioso há quatro anos.
"Ela diz que não foi negligência com a filha, que ela mesma foi quem mandou olíquido para o hospital através de uma sobrinha. Ela não disse de quem recebeu, só contou que não foi do local que ela frequenta. Não falou sobre as lesões no corpo. Disse que é um tipo de purificação, eles dão um nome, mas eu não recordo", informou Socorro Arraes, conselheira tutelar que conversou com a mãe da criança.
Sobre o líquido, a responsável relatou se tratar de uma espécie de garrafada. "Ela conta que participava desse centro religioso e levava a filha, mas que o liquido ingerido não partiu desse local e que era uma mistura de açúcar e folhas, como um lambedor", conta Socorro Arraes.
O depoimento da mãe confronta a informação inicial, de que a garota teria sido levada para o HUT, no último dia 14, pelo pai. "Ela disse que a filha dela começou a ter desmaios e estava com as mãos geladas e um vizinho socorreu. A criança deu entrada no Hospital do Satélite e de lá foi para o HUT, quem deu entrada foi a mãe", revelou Socorro Arraes, sobre o depoimento.
A conselheira tutelar disse que a mãe justificou a ausência do hospital por medo. "Depois que começaram as cogitações, ela ficou com medo de represálias passou e a viver em outra residência com outros familiares. Contou que todas as vezes que tentou visitar a filha o pai sempre dizia que ela sofreria represálias", afirmou.
O Conselho Tutelar já registrou um Boletim de Ocorrência do caso e requisitou um exame toxicológico. "Nós não podemos julgar ainda, porque nós não temos um laudo pericial que diga que esse líquido foi o que provocou na criança essa intoxicação. Tudo o que foi da competência do conselho tutelar já foi encaminhado, agora quem vai dizer é a perícia e a polícia", finalizou Socorro Arraes.