Grandes nomes do PT devem perder espaço no governo de Wellington Dias
Governador prepara mudanças no secretariado e acomodação de partidos da base aliada, a partir de 2017.
O governador Wellington Dias (PT) tem sido constantemente indagado a revelar os nomes dos novos secretários que vão compor o 2º biênio de sua gestão, a partir de 2017. A expectativa é que partidos da base aliada do governo devem ganhar mais espaço, atualmente ocupado por membros do Partido dos Trabalhadores.
Durante fala à imprensa, nesta segunda-feira (24), no Palácio do Karnak, Wellington se limitou a falar apenas que tudo será decidido harmoniosamente em conversas com os líderes dos partidos, negando que haverá reforma no governo. “Temos um time que está e continuará trabalhando pelo Piauí. As mudanças que ocorrerem não se tratarão de uma reforma, mas de uma ou outra situação”, disse.
Foto: Moura Alves/ODIA
A situação a qual o governador se refere é a ampliação da participação do PMDB e do PP na gestão estadual. “O PMDB, PP, PTB, todos os partidos são importantíssimos para continuarmos esse trabalho, e vamos continuar juntos”, assegura.
Por meio do presidente da Assembleia do Estado, deputado Temístocles Filho, o PMDB parece mesmo confirmar aliança com o PT, em troca de importantes cargos, mirando as eleições de 2018. Mas, por outro lado, há uma ala do partido que não vê com bons olhos essa amigável aproximação.
Sexta-feira (21), o vice-presidente do PMDB no Piauí, João Henrique Sousa, se posicionou contrário à aliança entre seu partido e o PT. Ele classificou como uma operação difícil a aliança entre PT e PMDB no Piauí por conta do cenário político nacional, em que as duas siglas se digladiam pelo cargo de presidente da República.
João Henrique comentou que em todos os outros estados da federação, não há registros de aproximação ente os partidos. “O que se ver em cada um dos estados é um distanciamento entre PT e PMDB, cada um em um vértice, até porque o PMDB hoje está comandando o Governo Federal com a pessoa do nosso presidente Michel Temer e naturalmente o PT que deixou de ser Governo acusa este Governo ali instalado de ilegítimo e golpista”, pontua João Henrique Sousa, que hoje exerce a presidência do Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria (Sesi) e é amigo pessoal do presidente Michel Temer (PMDB).
João Henrique alegou que, para serem aliados de governo, é preciso que haja um chamado para convenção extraordinária e que, quem vai decidir sobre a aliança, são os 480 delegados do partido. “A questão dos deputados estaduais, cada um sabe onde seu sapato aperta. Eles podem conduzir porque precisam prestar contas com seus eleitores, mas o sentimento por onde ando é o do PMDB entusiasmadamente defender a tese da candidatura própria em 2018”, concluiu João Henrique Sousa.