Rios de Teresina estão cada vez mais largos e mais rasos” aponta CREA
Expedição pelos rios Poti e Parnaíba feita pelo CREA e a OAB-PI resultará em relatório sobre impactos ambientais. OAB estuda ajuizar ação civil pública.
Em expedição realizada na manhã de hoje (26) pelos rios Parnaíba e Poti, equipes do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e da OAB-PI constataram que os rios que cortam Teresina estão cada vez mais largos e mais rasos. Essa é uma situação preocupante, uma vez que fica cada vez mais difícil a navegação por suas águas e a preservação da vida subaquática.
De acordo com o presidente do CREA, Paulo Roberto Ferreira, a ocupação irregular das margens dos Poti e do Parnaíba contribuem para o processo de assoreamento dos rios e o consequente acúmulo de areia em algumas áreas. “Nós temos trechos em que fica quase impossível passar com uma lancha, que é uma embarcação simples. Se esses rios são o meio de sobrevivência de muitas famílias e navegar por eles é necessário para o sustento de muitas pessoas, como nós imaginamos que seja, então temos que começar a repensar esse processo de urbanização desenfreado nas proximidades das águas”, explica o presidente do CREA.
Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB-PI, Daniel Alves, a ocupação irregular das margens é só um dos vários problemas que afetam os rios Parnaíba e Poti. Ele menciona a quantidade de esgotos que desembocam nos rios e o acúmulo de lixo próximos às margens e até mesmo no meio da água.
“É uma situação preocupante. Nós navegamos por pouco mais de uma hora e encontramos latas, garrafas pet e até chinelos boiando nas águas do rio. Isso tudo contribui enormemente para matar a vida que existe ali. Nossa missão aqui é fazer um relatório e acionar os órgão responsáveis, pelas vias legais,, exigindo que alguma providência seja tomada”, diz Daniel.
Ele acrescenta que, com base no relatório elaborado a partir da expedição de hoje, a Comissão de Meio Ambiente da OAB pretende estudar a inclusão de uma disciplina voltada para a conscientização da preservação ambiental nas grades curriculares de escolas públicas e privadas de Teresina. “Isso, nós ainda vamos conversar com os órgão da Educação, mas é algo a se pensar e uma forma de começar a trabalhar essa consciência ambiental nas nossas crianças e evitar que no futuro tenhamos adultos sem essa noção de que term um lugar limpo para viver é essencial”, finaliza Daniel Alves.
Já o presidente da OAB-PI, Chicos Lucas, afirmou que todo o relatório elaborado a partir desta expedição será encaminhado com anexos e imagens para o Ministério Público Estadual de modo que o órgão possa se posicionar a respeito das providências a serem tomadas por parte do Governo e da empresa responsável pelo saneamento básico e tratamento de esgotos no Piauí, a Agesipisa.
“Nós estamos inclusive estudando ajuizar com uma ação civil pública contra esses órgão para exigir medidas mais efetivas no sentido de preservar nosso rios. Eles representam não só a sobrevivência de muitas famílias, mas também um fator importante para a economia do nosso estado e algo precisa ser feito e com urgência”, afirma Chico Lucas.