terça-feira, 19 de setembro de 2017

Horticultores reclamam que capivaras estão destruindo plantações

Horticultores reclamam que capivaras estão destruindo plantações

Caso está acontecendo na Horta Comunitária da Vila Carlos Feitosa e os comerciantes já acumulam prejuízos.


Os horticultores da Horta Comunitária da Vila Carlos Feitosa, na zona Norte de Teresina, relatam que capivaras estão invadindo a área das plantações e destruindo os cultivos. Mesmo com uma cerca de arame a 30 metros do Rio Parnaíba, os animais passam pelo cercado à noite, quando a maioria dos horticultores já foi embora. 
O presidente fundador da horta e líder comunitário, Antônio Luís de Mato, explica que os animais começaram a aparecer no ano passado, prejudicando a plantação. “A gente faz todo o trabalho de plantação na horta e, quando a gente vai pra casa, a capivara vem e pisa, come as plantações e deixa prejuízo para nós. Aqui foi preparado para o cuidado e sustento de famílias de baixa renda, assim como para melhorar o sistema de abastecimento de verduras na nossa região, e elas estão atrapalhando nosso trabalho”, critica. 
Animais invadem o local à noite em busca de comida e preocupa os horticultores (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
A horticultora Amarília José conta que tenta tomar algumas medidas para impedir o animal de comer e pisar no cultivo dela, contudo, não está tendo muito sucesso. “As capivaras cortam as cebolas e ficam só o tronco. Coloquei umas palhas para tentar impedir que elas vejam as cebolas e não danifiquem, além de uns sacos para ver se elas se espantam, mas não adianta muito”, comenta. 
Segundo Amarília, um canteiro de 12 carreiras de coentro, o que corresponde a um metro e meio de plantação, custa cerca de R$ 30 de prejuízo. Quando os animais pisam ou comem, acabam destruindo toda a carreira e deixando prejuízo financeiro, pois eles não destroem apenas um canteiro. “Só as sementes que a gente compra é R$ 18; quando elas pisam, deixam esse prejuízo para a gente”, diz. 
Já o horticultor Francisco de Assis diz que sempre encontra as capivaras no horário de 18h. Ele conta que, até um mês atrás, chegava a ver até 10 capivaras, mas agora só estão vindo de três a quatro animais, um de grande porte e outros menores. “Quando as vejo, eu grito e jogo uns rebolos para ver se espanta elas, até que dá certo, elas saem correndo para o rio. Mas para elas, é como se não existisse cerca”, enfatiza.
Cerca com menor distância entre arames seria solução 
A capitã Liliane Oliveira, do Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), explica que o que está acontecendo na Horta Comunitária da Vila Carlos Feitosa se trata de um caso em que o homem invadiu um espaço que era das capivaras, porque ali é bem próximo do rio. 
Segundo ela, o problema está acontecendo porque elas saem para procurar alimento e, quando encontram, voltam em maior quantidade. Como nas hortas tem alimento fácil, eles retornam. 
“Algumas vezes, já pegamos capivaras lá e transferimos para outros locais, mas não é só uma capivara, são várias, e são grandes. Quando a gente vai, ela entra na lagoa, porque fica mito difícil pegar. A gente só transferi o problema”, explica. 
Orientação 
A capitã ressalta que a cerca de arame não é suficiente para evitar que os animais entrem na horta. Quanto à uma cerca de tijolo, Liliane Oliveira destaca que também não resolveria o problema, pois não é adequada para uma horta que está perto do rio. “Vai ser construído em área de preservação permanente, e isso não pode”, frisa. De acordo com ela, o que a comunidade pode fazer é se unir para colocar uma cerca de arame liso com os arames perto uns dos outros. 
A capitã orienta que os horticultores não tentem pegar no animal, nem joguem instrumentos perigosos nelas, para não machucá-las. Ela enfatiza que a melhor saída é uma cerca com uma distância entre os arames em um espaço menor. “Não pode ser arame farpado, para não machucá-las. É a única coisa que eles podem fazer. É algo que não vai garantir que elas não entrem, mas vai minimizar bastante”, afirma a capitã.

fonte portal o dia