Comandante da PM diz que reprovação em exame psicológico precisa ser respeitada
"Todas elas [decisões liminares] têm a discordância deste comandante, e do Carlos Augusto como cidadão", enfatizou
Em entrevista à TV Cidade Verde, o comandante da Polícia Militar do Piauí, Coronel Carlos Augusto, confessou que como cidadão, não concorda com decisões liminares que permitem a matrícula de candidatos no Curso de Formação da PM, mesmo estes tendo sido reprovados na fase de exame psicológico dos concursos. Porém, como chefe da corporação, tem o dever e a obrigação de cumprir as determinações da Justiça.
“Não tem outra alternativa, mesmo que a gente discorde”, ressaltou. Ele defendeu que diferente de fases como a intelectual e exames físicos, a etapa de exames psicológicos precisa ser respeitada.
O comandante reforça que os candidatos são analisados por psicólogos, com formação para tal, e com base em um questionário feito para quem vai exercer uma atividade de risco. “E todas elas [decisões liminares] têm a discordância deste comandante, e do Carlos Augusto como cidadão”, reforça.
O comandante diz ainda acreditar que “alguns problemas que vivemos é desencadeado pelo desacatamento da análise psicológica”.
Ele revela ainda que do último concurso realizado pelo Nucepe para provimento de vagas na PM, já recebeu notícia uma decisão liminar beneficiando 18 candidatos que foram reprovados na fase psicológica e vão agora poder ingressar no Curso de Formação de cabos e soldados.
“Isso é o que temos de discutir. Discutir depois do prejuízo, já foi, alguém já morreu, já foi ferido. Tem decisões e decisões, decisões que você entende e que você não entende e não concorda. Eu não concordo com alguém que é reprovado no exame psicológico para uma atividade de risco como a nossa prosseguir no certame, mas eu sou obrigado a cumprir, concordando ou não”, disse.
A discussão sobre a concessão de liminares para o ingresso de reprovados na fase psicológica, na Polícia Militar, vem dias depois da morte de uma menina de 9 anos, ferida por disparos efetuados por um soldado durante uma abordagem na zona Leste. O militar está nas fileiras da corporação graças a uma decisão liminar, que permitiu sua convocação para o Curso de Formação, mesmo tendo sido reprovado nos testes psicológicos realizado durante o certame.