terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Briga por herança pode ter motivado morte de Izadora Mourão, diz advogado

 



O advogado Mauro Benício Júnior, que está acompanhando o caso da morte da advogada Izadora Santos Mourão como representante da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Piauí (OAB-PI), contou ao GP1, na tarde desta terça-feira (16), que a suspeita é de que desavenças relacionadas a herança após a morte do pai podem ter ocasionado o homicídio.

“Nós estamos acompanhando aqui, em Pedro II, todas as diligências que estão sendo feitas, estamos cooperando, algumas pessoas que nos conhecem e que tem confiança na gente estão prestando informações que estão sendo cruciais para o esclarecimento dos fatos. A gente conseguiu chegar a esse ponto [prisão do irmão] e estamos trabalhando para mais revelações”, declarou o advogado.

Segundo Mauro, além da herança, o comportamento de Izadora, que se divorciou recentemente, também gerou conflito na família. “A gente tem colhido alguns depoimentos que informam que havia conflito na casa em duas situações, primeiro era a questão da herança do pai que faleceu recentemente, do seguro, que não teria acordo para fazer a partilha, e outro ponto era o comportamento da Izadora, depois que o pai faleceu e também depois do divórcio dela, que passou a ter um comportamento mais livre, mais solta, uma menina nova ainda, começou a ter namorado, a andar se divertindo e parece que não era do agrado da família”, relatou.

O advogado não soube especificar o valor da herança, mas disse que tudo está sendo apurado. “Valores não temos, estamos apenas colhendo informações e estamos percebendo a existência desses dois problemas, do comportamento dela e também questão de possível briga patrimonial, mas ainda estamos apurando, fechando as informações”, afirmou.

Questionado se há suspeita de que a mãe possa ter participado diretamente da morte da filha, o advogado respondeu que só após os resultados dos exames haverá uma resposta concreta. “Somente após a gente ter a informações do exame cadavérico. O laudo vai nos posicionar sobre os tipos de lesões, horário da morte, para gente tirar algumas dúvidas, mas na minha concepção, embora o delegado já tenha constituído de que foi o João Paulo, eu tenho essa dúvida, mas vou aguardar os fatos se concretizarem para a gente juntar essas peças que faltam, mas se a mãe participou ativamente da execução eu não sei, só que a cada momento estou recebendo informações que nos deixa mais abismados, mais abertos a suposições de que muitas outras coisas podem acontecer”.

Mauro também disse que até o momento, João Paulo não confessou o crime. “Não, em hipótese alguma [ele confessou]”, enfatizou.

“Um dos fatos que levaram a gente a desconstituir a história da mulher que tinha vindo para matar, foi a frieza dele e da mãe, que era grande, enorme, ele deu depoimento no dia do velório falando da mulher que era uma vendedora de roupa, depois falou que ela [Izadora] era advogada criminalista e que [a autora]era uma cliente, falou do crime organizado então, ele mesmo começou a destruir a tese da mulher que teria adentrado a casa”, finalizou.

Morte da advogada

Izadora Santos Mourão, 41 anos, foi assassinada com pelo menos sete facadas dentro de casa, no município de Pedro II, no último sábado (13). A princípio, circulou a informação de que ela teria sido morta por uma mulher, que sequer foi identificada.

Prisão do irmão

O irmão de Izadora, João Paulo Mourão, foi preso na tarde desta segunda-feira (15), acusado de assassinar a advogada a facadas. A Polícia Civil prendeu o jornalista em flagrante em sua residência na cidade de Pedro II.

João Paulo se formou em Jornalismo pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) no ano de 2014 e trabalhava na Secretaria Municipal de Comunicação de Pedro II e em uma rádio local.

Mãe criou álibi

A mãe de Izadora, identificada como Maria Nerci, poderá ser indiciada por participação no crime, pois de acordo com a Polícia Civil, a idosa pode ter criado um falso álibi para acobertar o filho, o jornalista João Paulo Mourão.

“A mãe dele, quando viu a moça morta, a primeira coisa que fez, em vez de ligar para a polícia, ligou para uma faxineira para ela [a faxineira] dizer que ele [João Paulo] estava dormindo, para criar um álibi”, disse o delegado Barêtta.

fonte politicapiauiense.com