De acordo com o delegado de Polícia Federal, durante a operação foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, a prisão de cinco pessoas e a apreensão de R$ 51 mil e dois veículos.
Foto: Divulgação/PF
Na manhã desta sexta-feira (28), a Operação Falsários da Polícia Federal do Piauí cumpriu oito mandados de busca e apreensão que resultou na prisão de cinco pessoas envolvidas em organização criminosa especializada na concessão fraudulenta de benefícios de salário-maternidade e aposentadoria por idade rural, mediante a falsificação de documentos públicos e privados e o direcionamento de requerimentos, com a participação de servidores públicos.
De acordo com delegado de Polícia Federal, Reinaldo Camelo, além da prisão de quatro mulheres e um homem, houve também a apreensão de R$ 51 mil e dois veículos.
“Cumprimento de oito mandados de busca e apreensão com o objetivo de realizar prisões temporárias e preventivas, ao todo tivemos a prisão de 4 mulheres e 1 homem e apreensão de 51 mil reais e dois veículos”, destacou o delegado.
Conforme o delegado de Polícia Federal, Albert Sérvio, a organização criminosa atuava com uma divisão de tarefas no qual existia pessoas responsáveis por buscar falsos beneficiários no estado do Piauí e do Ceará.
“Tinha uma divisão muito clara de tarefas. Existia um núcleo de arregimentadores, que eram pessoas especializadas em buscar falsos beneficiários e elas eram recrutadas no Piauí e no Ceará. Essas pessoas que eram regimentadas sediam seus dados pessoais e a partir deles os integrantes da organização criminosa produziam documentos falsos e davam entrada em pedidos de benefícios, principalmente de aposentadoria. Imediatamente após o protocolo do pedido de benefício, esses pedidos eram direcionados ao servidor envolvido na organização criminosa que providenciavam de imediato o deferimento desses requerimentos, mesmo sem estarem com a mínima documentação adequada para este tipo de processo”, pontuou Albert Sérvio.
Ainda segundo o delegado Albert Sérvio, os pagamentos dos benefícios ocorria após o deferimento desses pedidos e o falso beneficiário se deslocava a uma agencia bancária para fazer empréstimos consignados e receber sua aposentadoria indevida por tempo indeterminado.
“O pagamento das vantagens indevidas ocorria logo após o deferimento dos benefícios quando o beneficiário era acompanhado pela organização criminosa até as agências bancárias para fazer empréstimo consignados. O dinheiro arrecadado com esses empréstimos eram destinados ao pagamento das vantagens indevidas, então o falso beneficiário ficava recebendo a sua aposentadoria por tempo indeterminado, felizmente nós já temos um número muito consistente que provavelmente irá aumentar, de benefícios que serão suspensos”, explicou o delegado.
Ainda conforme a Polícia Federal, todos os servidores públicos do INSS que estavam envolvidos na organização criminosa já foram afastados, um dos acusados possuía um cargo de gerencia executiva no órgão.
“Os servidores já foram afastados. Um dos servidores públicos ocupou a função de gerente executivo do INSS no Piauí e já estava afastado por conta da Operação Bússola, deflagrada em 2021 pela Polícia Federal de Teresina e o outro servidor público estava em exercício na agência do INSS em Parnaíba e foi afastado a partir de hoje”, afirmou o delegado Albert Sérvio.
Quanto ao perfil das pessoas que se utilizavam do esquema para recebimento de benefícios de forma indevida, o delegado da PF afirmou que haviam pessoas de baixo a médio alto perfil econômico que participavam dessa organização criminosa.
“Há um perfil muito variado de pessoas, são pessoas de baixo, médio e médio para alto perfil econômico, é muito variado o espectro de pessoas que se utiliza desse tipo de esquema para receber dinheiro indevido. Eles atuavam principalmente entre Parnaíba, Luís Correia e Camocim, nessa região do nosso estado como parte do litoral do Ceará que já está sob nossa analise, além de alguns benefícios também que foram trabalhados em Teresina”, destaca o delegado Albert Sérvio.
Por fim, o chefe da Delegacia Regional da Polícia Federal em Parnaíba Carlos Alberto, afirmou ainda que os benefícios fraudados, como o salário-maternidade e a aposentadoria por idade rural, serão suspensos e submetidos a reanalise.
“Há várias situações, nesses casos há o provimento judiciário determinando a imediata suspensão e reanálise desses benefícios para que não se cometa injustiça de cancelar algum benefício de alguém que é devido. Em qualquer hipótese se houve fraude, uso de falsidade ideológica de alguma informação, esse benefício será revisado e vai ser levado a extinção com devido ressarcimento ou nova submissão ao crivo do órgão do INSS”, complementou o chefe da delegacia.