quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Preço da carne dispara em Teresina: a picanha prometida fica cada vez mais distante



O sonho de ver a picanha no prato do brasileiro parece estar cada vez mais distante da realidade. Em Teresina, o preço da carne disparou nos últimos meses, tornando cortes populares como o colchão mole praticamente inacessíveis para boa parte da população. Atualmente, o quilo desse corte básico chega a custar R$ 48,50 em alguns supermercados da capital, pressionando ainda mais o orçamento das famílias.


Sem uma pandemia para justificar a alta generalizada, consumidores têm enfrentado preços que aumentam continuamente, enquanto o poder de compra segue enfraquecido. Em 2022, durante o período eleitoral, uma das principais promessas feitas por políticos era garantir que o brasileiro voltasse a consumir carnes como a picanha, símbolo de ascensão social. Contudo, a realidade é que muitos sequer conseguem comprar cortes mais simples, como músculo ou coxão duro, que também sofrem aumento significativo.


Mercadoria em alta e bolso em baixa


A alta nos preços da carne tem várias causas, segundo economistas. Entre elas, estão o aumento dos custos de produção, como ração e transporte, além da alta exportação de carne brasileira para mercados internacionais, que reduz a oferta no mercado interno. Esses fatores, aliados à falta de políticas públicas para contenção de preços, acabam penalizando o consumidor final.


Dona Maria de Lourdes, 58 anos, que é aposentada, conta que tem trocado a carne por ovos ou frango para driblar os altos preços. "Antes, eu comprava carne todo fim de semana para fazer um almoço mais especial. Agora, é só em ocasiões muito raras, e mesmo assim tenho que pesquisar bastante. O jeito é se virar com o que dá", lamenta.


A promessa da picanha


A promessa de que o brasileiro voltaria a comer carne com frequência foi muito usada em campanhas políticas recentes. Governantes afirmaram que o consumo de carne seria acessível novamente, especialmente a tão mencionada picanha. Mas, na prática, o cenário é outro.


Especialistas apontam que, para reverter essa situação, seria necessário reduzir a pressão inflacionária e fomentar políticas de incentivo à produção e consumo interno. Sem medidas concretas, a população continuará enfrentando dificuldades para colocar carne no prato, o que tem impacto direto na qualidade de vida e no consumo de proteínas pela população.


Enquanto isso, o churrasco de fim de semana, antes acessível para muitos, está cada vez mais restrito. E a pergunta que ecoa entre os consumidores é: até quando o básico será um luxo?